Uma Oração Com a
Dimensão de Deus
“Senhor, leva-nos a orar!”
Nossas pregações hoje acham-se
bastante debilitadas pelas citações que tomamos emprestadas daqueles que já
morreram em vez de recorrermos ao Senhor. Um livro é bom quando nos serve de
guia; mas torna-se pernicioso quando nos acorrenta.
Assim como os cientistas modernos
chegaram a uma nova dimensão de poder quando dominaram a energia atômica, a
igreja também precisa redescobrir o ilimitado poder do Espírito Santo. De fato,
é preciso que aconteça alguma coisa que venha atacar a iniquidade desta era
dominada pelo pecado e destruir a complacência dos crentes adormecidos.
Precisamos de pregações vivas e vidas vitoriosas que só podem ser obtidas por
meio de vigílias persistentes no recinto de oração.
Alguém poderá dizer: “Se
quisermos uma vida santa, precisamos orar!”
O segredo da oração é o lugar
secreto. É bom ler livros sobre oração, mas só isso não basta. Assim como um
livro de culinária pode ser excelente mas totalmente inútil se não tivermos os
ingredientes à nossa disposição, o mesmo ocorre com a oração. Alguém pode ler
toda uma biblioteca sobre oração e não conseguir poder espiritual algum. Temos
que aprender a orar – mas para aprender é preciso orar.
Enquanto uma pessoa estiver
sentada numa cadeira lendo o melhor livro que existe sobre saúde, na prática
ela pode definhar dia a dia. Da mesma forma, é possível ler tudo sobre oração,
maravilhar-se com a perseverança de Moisés ou ficar profundamente comovido com
os lamentos e gemidos de Jeremias, e ainda não aprender nem o abecê da
intercessão. Assim como a bala que fica na arma não chega ao seu alvo, o
coração sem encargo de oração jamais obterá fruto diante de Deus.
“Em nome de Deus vos rogo:
alimentai vossa alma com oração assim como alimentais vosso corpo com as
refeições”, disse o fiel Fénelon (teólogo e escritor francês do século
17). E Henry Martyn (missionário
anglicano aos povos da Pérsia e da Índia no início do século 19) se expressou
assim: “Atribuo minha atual condição de debilidade espiritual ao fato de não
ter tempo e tranquilidade suficientes para meu momento de devoções
particulares. Ah, quem me dera ser um homem de oração!”
Um escritor do passado afirmou o
seguinte: “Muitas vezes, ao orar, somos como um garotinho que toca a campainha
de uma porta e, depois, sai correndo antes que alguém atenda”. De uma coisa não
há dúvida: a área mais inexplorada das riquezas de Deus é a da oração.
Quem sabe calcular a dimensão do
poder de Deus? O homem é capaz de calcular o peso do mundo; sabe dizer o
tamanho da Cidade celestial, contar quantas estrelas há no céu, medir a
velocidade da luz, informar a hora exata do nascer e do pôr-do-sol — mas não
sabe avaliar o poder da oração.
A oração tem o tamanho de Deus,
pois é ele quem nos dá a garantia dela. Ela tem as dimensões do próprio poder
de Deus, pois ele já se comprometeu a atendê-la. Que Deus se compadeça de nós
por gaguejarmos tanto ao praticar essa que é a atividade mais nobre que a
língua e o espíri to humanos podem exercitar. Se Deus não nos iluminar no
aposento da oração, caminharemos em trevas. O momento de maior constrangimento
para o crente no dia do juízo será aquele em que tiver de encarar sua falta de
oração.
Eis um trecho majestoso do
admirável São Crisóstomo: “O poder da oração subjugou a força do fogo, domou a
ira de leões, silenciou revoltosos, pôs fim a guerras, acalmou a natureza
descontrolada, expulsou demônios, rompeu as cadeias da morte, escancarou os
portões do céu, minorou enfermidades, repeliu mentiras, resgatou cidades da
dest ruição, deteve o curso do sol e o avanço do relâmpago. A oração é uma
poderosa armadura, um tesouro infinito, uma mina que nunca se esgota, um céu
jamais obscurecido por nuvens nem turbado por tempestades. Ela é a raiz, a
fonte, a mãe de mil bênçãos.”
Precisamos entender que a
finalidade da oração em secreto não é meramente entregar para Deus uma lista de
pedidos. É verdade que “a oração muda as coisas”? Definitivamente, sim;
contudo, antes de tudo ela muda as pessoas. No caso de Ana, por exemplo, a
oração não apenas removeu seu opróbrio, mas transformou a própria vida: de
estéri l tornou-se fértil; de espírito em luto, passou a regozijar-se (1 Sm
1.10; 2.1). A oração converteu seu “pranto em folguedos” (SI 30.11).
Pode ser que estejamos pedindo
“folguedos” quando ainda não pranteamos. Tentamos colocar a “veste de louvor”
quando Deus diz que a dará aos que têm “espírito angustiado”, aos “que em Sião
estão de luto” (Is 61.3). Se o que desejamos é obter uma colheita abundante, o
princípio a ser aplicado é o mesmo, pois “quem sai andando e chorando enquanto
semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” (SI 126.6).
O clamor profundo de Moisés, que
moveu a decisão de Deus, saiu de um coração despedaçado, em luto: “Ah, que grande
pecado cometeu este povo! [...] Mas agora, eu te rogo, perdoa-lhes o pecado; se
não, risca-me do teu livro que escreveste” (Êx 32.31,32 – NVI). Da mesma forma,
Paulo foi tomado por grande encargo e profunda dor quando afirmou: “Tenho
grande tristeza e incessante dor no coração; porque eu mesmo desejaria ser
anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas,
segundo a carne” (Rm 9.2,3).
Se João Knox tivesse orado:
“Senhor, dá-me sucesso na vida”, ninguém jamais teria ouvido falar dele. Porém,
sua oração foi totalmente isenta de amor-próprio: “Senhor, dá-me a Escócia,
senão morrerei”. E sua petição entrou para as páginas da História. Se David
Livingstone tivesse pedido a Deus a possibilidade de desbravar toda a África
para demonstrar seu espírito indômito e sua habilidade no uso do sextante, suas
palavras teriam sido levadas pelo vento. Mas sua oração foi: “Senhor, quando
irá cicatrizar-se a chaga do pecado deste mundo?” Ele viveu orando e morreu da
mesma forma, de joelhos, em oração.
Para fazer frente a esta geração
ávida pelo pecado, só uma igreja ávida pela oração. Precisamos voltar a nos
apropriar de “suas preciosas e mui grandes promessas”. Naquele grande dia, o
fogo do juízo vai provar a qualidade, e não a extensão da obra que realizamos.
A que for gerada em oração resistirá ao teste.
Leonard Ravenhill
Extraído e adaptado do
livro “Por Que Tarda o Pleno Avivamento”, Editora Betânia.
Arautos da Sua Vinda - http://www.oarautodasuavinda.com.br/uma-oracao-com-a-dimensao-de-deus
..."o coração sem encargo de oração jamais obterá fruto diante de Deus. (L. Ravenhill) (...) “Em nome de Deus vos rogo: alimentai vossa alma com oração assim como alimentais vosso corpo com as refeições” (Fénelon)
ResponderExcluir☆ ☆ Glória a Deus!!!! ☆ ☆
"Quem sabe calcular a dimensão do poder de Deus? O homem é capaz de calcular o peso do mundo; sabe dizer o tamanho da Cidade celestial, contar quantas estrelas há no céu, medir a velocidade da luz, informar a hora exata do nascer e do pôr-do-sol — mas não sabe avaliar o poder da oração."
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