sexta-feira, 18 de maio de 2012

Vídeo: “Última mensagem de David Wilkerson”

Extraído e adaptado de uma mensagem no YouTube com título “Última mensagem de David Wilkerson”


Frequentemente, um jovem pastor me aborda e pede que eu lhe conte o segredo de como Deus me usa. Quero falar com vocês hoje exatamente sobre isso. Não vou pregar um sermão, nem falar sobre igreja ou ministério; quero falar sobre o que acontece quando meu coração é profundamente tocado por Deus.
Eu estava pastoreando numa cidade da Pensilvânia que tinha mais ou menos mil habitantes. A igreja tinha umas cem pessoas, eram pessoas boas, fazendeiros e mineiros. Eu as amava e fui pastor delas durante cinco anos.
Entretanto, algo me inquietava, cada vez mais. Éramos uma igreja pentecostal, mas tínhamos sempre as mesmas pessoas e os mesmos cultos, com cânticos, testemunhos, sermão e apelo. Porém, nunca víamos ninguém aceitar o apelo e vir à frente. Cheguei a falar que, se a experiência pentecostal era só isso, eu não a queria mais.
Comecei a buscar a face de Deus. Todas as vezes que você dispuser seu coração a buscar a Deus, o inimigo arranjará uma conspiração de interrupções e obstáculos para impedi-lo, a fim de que não fique no recinto de oração. Isso aconteceu comigo.
É por isso que você precisa achar um lugar de encontro, reservado e especial, para estar sozinho com Deus. Se você for fiel para estar ali, o lugar logo se tornará sagrado, santificado pela presença divina. No meu caso, era uma colina onde havia uma mata. Eu chegava ali e dizia: “Senhor, vou fixar meu coração, vou dispô-lo a buscar-te. Não estou satisfeito, preciso encontrar-me contigo. Vou ler a tua palavra, não para achar um sermão; quero encontrar teu coração”.
Já fiquei durante semanas nesse lugar de isolamento. Não atendia a ninguém. Eu sabia que tinha de colocar tudo de lado, toda ocupação e distração. Eu queria algo a mais, muito além daquilo que estava experimentando. Queria um verdadeiro Pentecostes. Não queria apenas que as pessoas falassem em línguas estranhas, que dessem seus testemunhos e falassem sobre suas experiências, ainda que tudo isso fosse muito bom. No dia de Pentecostes, milhares de pessoas foram salvas, houve fruto e presença do Senhor. Mas nada disso estava acontecendo comigo. Minhas pregações eram palavras vazias e secas. Meu coração ansiava por algo muito maior.
Eu dizia: “Deus, eu quero saber por que estás abalando meu coração. O que está acontecendo? Sinto-me quebrantado, choro na tua presença, tua palavra está se tornando viva para mim. O que estás querendo me dizer?”
Tenho percebido que, cada vez que Deus quer fazer algo novo na minha vida, há esse mesmo mover, esse toque divino no coração me incomodando, abalando-me. O Espírito Santo entra no meu ninho e começa a cutucar, trazendo insatisfação divina, um profundo anseio por algo mais. Não é uma ambição egoísta, algo que eu desejaria naturalmente, porque já tinha uma vida bem cheia.
Nessas horas, precisamos buscar ao Senhor de forma diferente. Não apenas as orações regulares, mas uma entrega especial em que reorganizamos nossa agenda e mudamos as atividades de tal forma que haja espaço para esperar em Deus.
Um amigo meu, que era um verdadeiro profeta de Deus, um Elias do nosso tempo, Leonard Ravenhill, disse-me certa vez: “David, vou dizer a você qual é o verdadeiro problema da igreja de Jesus Cristo: os pregadores não oram! Por onde ando, tenho falado sobre esse assunto, e líderes e pastores vêm à frente confessando que não estão orando, que não acreditam mais no poder da oração, porque não veem resultados imediatos”.
Se você achar um lugar que tem vida, onde as pessoas estão tendo verdadeiros encontros com Deus, pode ter certeza de que pelo menos uma pessoa ali tem se dedicado à oração, tem colocado como objetivo principal prostrar-se diante de Deus e buscar sua face.
A Bíblia mostra, no livro de Atos, como Paulo foi para a cidade de Antioquia e juntou-se a outros irmãos para ministrar ao Senhor. Foi assim que ele foi enviado por Deus. Não sabemos por quanto tempo ficaram ali, adorando e ministrando ao Senhor. Estavam dedicando tempo precioso para servi-lo, jejuando, esperando diante dele, jejuando outra vez. Depois impuseram as mãos, e o Espírito Santo enviou Barnabé e Paulo.
Creio que haja pessoas aqui que estão sendo tocadas, profundamente abaladas por Deus. Você não pode simplesmente sair daqui, voltar para o seu lugar de origem e acomodar-se. Não pode dizer que é seu destino viver assim, que não tem escolha, que sua vida terá de continuar do mesmo jeito. Eu estremeço só de pensar o que teria acontecido naquela época [1958] se eu não tivesse determinado no coração buscar ao Senhor. Porque foi assim que recebi a direção de ir para Nova York.
Creio que todo ministério genuíno seja resultado de intimidade com Deus. O Espírito Santo está sempre se movendo, procurando abalar corações e mudar nosso interior. Ele pode usar pessoas sem instrução, que nunca conheceram o fluir do Espírito. Ele pode realizar, por seu intermédio, algo infinitamente além de qualquer coisa que já tenha imaginado ou sonhado.
Estou ouvindo o Espírito Santo insistir comigo, como um pai fala com o filho: precisamos voltar a buscar a face de Deus. É urgente. Vejo pastores, servos de Deus, jovens com toda a tecnologia moderna, entretidos nos celulares e notebooks, twitando, digitando, mandando mensagens o tempo todo. Estão gastando mais tempo com isso do que na presença de Deus. Essas coisas estão tirando-os do lugar de oração, de fixar sua mente em coisas eternas.
Você pode dizer que já cumpriu seu horário de oração e de leitura bíblica para o dia. Mas talvez seja necessário fazer um jejum de tecnologia. Você está com a mente tão ocupada, carregada com centenas de mensagens para responder, de informações para acompanhar, de coisas para atualizar, que não tem espaço para ouvir de Deus.
Você quer saber qual é o segredo da Times Square Church? É oração e jejum, três dias de jejum três ou quatro vezes por ano.
É preciso traçar um círculo pequeno e buscar a Deus dentro desse limite. Jesus traçou um círculo pequeno, limitando-se apenas àquilo que o Pai lhe enviara para fazer. Alguém foi a ele, certa vez, pedindo ajuda numa contenda familiar sobre herança. Jesus disse que não fazia parte do seu chamado.
Muitos de vocês têm um círculo de atividades e interesses tão grande que não conseguem achar tempo para orar. Pode ser necessário diminuir o tamanho do círculo e começar a dizer “não” para as pessoas e suas exigências.
Ao longo da minha vida, tenho limitado o tamanho do meu círculo. Aprendi a ficar dentro dele. Aprendi a dizer “não” para tudo o que possa roubar meu tempo com o Senhor.
Estou sentindo uma inquietação, um chamado urgente, porque algo virá muito em breve. Tudo o que puder ser abalado será abalado, exatamente como o Senhor prometeu. Tudo o que tenho visto há mais ou menos 30 anos está próximo, às portas. Estamos perto de ouvir as últimas advertências do Senhor. Prepare-se para se encontrar com o seu Deus!
Senhor, peço que teu Espírito tome conta de nós neste momento. Falei com muita fraqueza, mas sei que o Senhor me enviou para este lugar. Peço que tome essas palavras fracas, às vezes um tanto desconexas, e chame as pessoas para ti mesmo. Eu não posso levar ninguém a orar.
O Senhor conhece cada um e as batalhas que estão enfrentando. Não existe uma pessoa que não tenha desânimo em alguma área de sua vida, em que aparentemente o Senhor não tem agido ou respondido às orações. Senhor, não permitas que “tomemos posse pela fé”, mas nos leva a prostrar-nos diante de ti. Dá-nos um coração contrito, ajuda-nos a nunca ficar tão ocupados que nos afastemos de tua presença.
Tu estás nos chamando ao lugar secreto de oração, para realmente buscarmos a tua face. Estás chamando alguns para ficarem a noite toda, para voltarem a jejuar, a não te dar descanso, a ministrar a ti, ó Deus.
Que ninguém escape da flecha de convicção do Espírito. Que essa flecha abra nosso coração até que sangremos como o Senhor sangrou em favor dos perdidos. Não podemos buscar a solução em outros ou em algum método para fazer tua obra. A responsabilidade está sobre nós mesmos. Vem sobre mim agora, vem sobre as pessoas aqui presentes. Manifesta-te, convence-nos com todo o teu amor e compaixão.
Eu ouço teu chamado, Senhor, para todos que se chamam pelo teu nome. Traz um avivamento de oração e de busca diligente da tua face. É muito simples, como sempre foi. É uma questão de permanecer na tua palavra, alimentando o coração até que ela se torne o sangue que corre em nossas veias. Faze isso em nome de Jesus!
Recomendamos, se possível, que o leitor assista à mensagem acima na íntegra: www.youtube.com/watch?v=WKzNOh63ORo (ou fazendo busca pelo Google: “Última mensagem de David Wilkerson”).

Momentos Especiais do Culto Memorial

Foi realizado, no dia 14 de maio, na Times Square Church, um culto memorial para David Wilkerson. Foi transmitido ao vivo, pela Internet, e, durante algum tempo, deixaram o vídeo no site da World Challenge (www.worldchallenge.org). Atualmente, só tem o áudio no site www.tscnyc.org/.
A seguir, alguns destaques do culto:

1. “Acho que meu pai não teria se dado bem como aposentado. Ele não era homem de ficar numa cadeira de balanço, contando histórias do passado. Creio que Jesus, sabendo disso, teve misericórdia e chamou-o antes.” (Gary Wilkerson, filho)

2. “Deus está completamente no controle. Há algo, no mais profundo do meu ser, que diz: ‘Venha o que vier, estou nas mãos de Deus’. O diabo não pode matar você, não pode me matar, sem a permissão de Deus. E, se Deus o permite, então é glória instantânea, glória instantânea! Imagine se você estiver indo para o trabalho e, ao atravessar uma rua de Nova York, for atingido por um carro e morrer. Num instante, você está na calçada; no outro, está na glória!” (clipe de uma mensagem de David Wilkerson)

3. “Senhor, em ti me refugio” (Sl 143.9). No sentido original, é: “Senhor, eu corro para me esconder em ti”. Pense sobre isso. Nossa fé não pode basear-se em emoção. Não pode basear-se nos testemunhos de outros que foram libertos. Não pode basear-se em fórmulas ou clichês. Não pode ser uma questão de gritar com força. Precisamos ter um alicerce sólido para a nossa fé. E esse alicerce consiste nas declarações de Deus sobre quem ele é.
Começa exatamente aqui: “Senhor, ouve a minha oração… Responde-me conforme tua fidelidade e justiça” (Sl 143.1).
Deus, esta é a base em que venho a ti. Não está naquilo que ouvi no passado de outras pessoas, mas naquilo que disseste sobre ti mesmo. Tu disseste que és fiel, que és justo, que és santo, que não podes mentir.
Não estou chegando a ti por nenhum mérito ou justiça alguma da minha parte. Senhor Deus, tenho levantado minhas mãos a ti, tenho confiado em ti, tenho me agarrado às tuas promessas.
De agora em diante, vou esconder-me em ti, vou cobrir-me contigo mesmo. Vou me desligar de toda a confiança na minha carne, ou nas outras pessoas, ou em quem quer que seja. Vou lançar-me diante da tua misericórdia, da tua graça, do teu poder, da tua glória!
Estou me escondendo inteiramente em ti, em ti, ó Cristo!

(Trecho de uma mensagem por David Wilkerson exibido no início do culto; esse trecho ainda pode ser ouvido, em inglês, no site www.ellerslie.com/Wilkerson_Tribute.html – “I Will Veil Myself in You”. O impacto é bem maior quando se ouve o áudio por causa da unção e do sentimento que ele transmite.)

domingo, 13 de maio de 2012

Baner: Pense nisso...

"Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no Evangelho que você crê,mas, sim, em si mesmo." (AGOSTINHO)


Texto: O Véu sobre a Igreja e o Véu sobre Israel

O Véu sobre a Igreja e o Véu sobre Israel

Pois até o dia de hoje, à leitura do velho pacto, permanece o mesmo véu, não lhes sendo revelado que em Cristo é ele abolido; sim, até o dia de hoje, sempre que Moisés é lido, um véu está posto sobre o coração deles. Contudo convertendo-se um deles ao Senhor, é-lhe tirado o véu” (2 Co 14-16).
“Pois quê? O que Israel busca, isso não o alcançou; mas os eleitos alcançaram; e os outros foram endurecidos, como está escrito: Deus lhes deu um espírito entorpecido, olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem, até o dia de hoje… Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado; e assim todo o Israel será salvo…” (Rm 11.7,8,25-27).
“Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2 Co 3.18).
“…a quem, sem o terdes visto, amais; no qual, sem agora o verdes, mas crendo, exultais com gozo inefável e cheio de glória…”(1 Pe 1.8).
“…lembrando-me de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele; sendo iluminados os olhos do vosso coração…”(Ef 1.17,18).
“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é, o veremos” (1 Jo 3.2).
Ao lermos as passagens acima, que são apenas uma amostra de muitas outras sobre esse assunto, poderão surgir muitas perguntas:
1 – Afinal de contas, quem vê e quem não vê? Quem está com um véu sobre o rosto, e quem não está?
2 – A igreja vê, e Israel, não?
3 – O véu nos foi tirado pelo Espírito, e, por isso, exultamos com alegria santa?
4 – Mas, se isso é verdade, por que Paulo, escrevendo para os efésios que já tinham recebido o Espírito, ora para que os olhos deles fossem abertos?
5 – De acordo com as Escrituras, ver Jesus nos transforma à sua imagem. Se a igreja está como está, é porque não está vendo Jesus?
Vamos, então, enumerar alguns fatos que podem nos dar respostas a essas indagações:
1 – A maioria dos judeus não discerniu que Jesus era o Messias porque Deus lhes colocou um véu para que os gentios pudessem entrar em seu plano. E isso continua “até o dia de hoje”.
2 – A igreja, inicialmente formada por judeus, mas, depois, majoritariamente por gentios, recebeu a revelação de Jesus e a alegria da salvação.
3 – No fim, os judeus, ao verem a glória de Jesus refletida na vida dos gentios da igreja, sentirão um forte desejo de ter aquilo que eles têm; o véu, então, lhes será tirado e, juntos, judeus e gentios formarão a gloriosa Noiva de Cristo que ele voltará para receber.
4 – Essa revelação inicial da igreja, porém, não era completa ou plena. Era algo que precisava crescer e, à medida que crescesse, a igreja cresceria de forma correspondente em santidade e glória.
5 – O ponto culminante dessa revelação progressiva será a Visão Beatífica – ou seja, ao vermos Jesus descendo fisicamente dos céus em seu corpo glorificado, num abrir e fechar de olhos, por meio de uma lei física ou metafísica que ainda não conhecemos, algum tipo de raio emitido por ele entrará por nossos olhos, nossos corpos físicos serão transformados e subiremos ao encontro dele nos ares. O que causará tudo isso será o fato de, pela primeira vez “o vermos assim como é”.
6 – Infelizmente, a história da igreja não registra uma revelação crescente de Jesus. Pelo contrário, a revelação inicial foi decrescendo até a chamada Idade Escura de mais de mil anos. Tradições sobre tradições se sobrepuseram às verdades do Evangelho até que a luz praticamente se extinguiu.
7 – Portanto, não podemos afirmar hoje que somente os judeus têm um véu sobre seus olhos. A igreja também tem um véu e, enquanto isso persistir, jamais poderá suscitar ciúmes nos judeus ou desencadear o processo da formação da Noiva gloriosa de Cristo.
8 – O véu que está sobre a igreja não é o mesmo que está sobre Israel natural. A igreja tem alguma luz, alguma revelação de Jesus. Israel não tem nenhuma. Desde o fim da Idade Escura, da época da Reforma até hoje, a revelação de Jesus vem crescendo dentro da igreja. Ainda temos muita confusão, dúvida e controvérsia. Temos muitas ideias distorcidas sobre a verdadeira natureza de Deus revelada em Jesus. Mas temos a luz inicial da salvação pela graça. Essa luz precisa crescer até o véu cair dos nossos olhos completamente.
9 – O centro de nossa fé não é uma instituição, um credo, um ritual, um código de regras ou um livro sagrado – é uma Pessoa, um Homem. Somente a visão dele pode transformar-nos em verdadeiros cristãos – pequenos cristos. A visão dele é uma fonte de vida que é tão forte que o pecado e os desejos carnais perdem sua atração e poder. Veja o exemplo de Saulo que, pela simples visão de Cristo, foi totalmente transformado e, em seguida, tornou-se o apóstolo Paulo que transformou a história da humanidade.
10 – A prova de que alguém teve uma revelação genuína do Jesus ressurreto é uma fome insaciável por uma revelação maior. Como disse Paulo: “Mas o que para mim era lucro passei a considerá-lo como perda por amor de Cristo; sim, na verdade, tenho também como perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo”(Fp 3.7,8).
11 – Apesar de ser uma Pessoa humana real, Jesus é invisível para nós. Por isso, a revelação progressiva dele a nós necessita de um fator muito importante – tempo. A nossa visão dele é o resultado cumulativo de muitos fatores – a Palavra, o Espírito, as experiências e revelações de outras pessoas, os acontecimentos diários em nossa vida, nossas reações a esses acontecimentos e muitas outras coisas. Assim como vivemos com nosso cônjuge por muitos anos e não podemos dizer que o conhecemos completamente, muito mais isso é verdade em relação a Jesus. De fato, por toda a eternidade, ficaremos maravilhados diante do descortinar de novos aspectos de sua natureza, até então desconhecidos por nós.
12. Antes da volta física de Jesus, (simbolizada pela Festa dos Tabernáculos), a igreja terá uma revelação de Jesus no Espírito como nunca antes (simbolizado pelo Dia da Expiação – o único dia em que o sacerdote entrava no Santo dos Santos), e isso trará santidade e glória para a igreja. Assim como a restauração da Festa de Pentecostes tem durado mais de um século, essa experiência do Dia da Expiação não será instantânea ou passageira nem será localizada em um só lugar. Haverá uma revelação de Jesus com muito maior clareza do que já houve em qualquer período anterior na história, e isso se espalhará pela igreja, desencadeando a remoção do véu dos judeus e a formação da Noiva gloriosa de Cristo.


Texto: Aprendendo a Surfar no Vento do Espírito!

Aprendendo a Surfar no Vento do Espírito!

Por Harold Walker
Você já parou para pensar que a época de maior glória da igreja foi quando não havia controle humano algum sobre sua vida diária? Não havia burocracia, sede de governo nem oficiais com títulos ou posição hierárquica. A vida da igreja era imprevisível, cheia de aventura, espontaneidade e novidade. Cada reunião era um evento único; cada encontro pessoal, uma surpresa.
Os líderes principais, além de não controlarem ou dirigirem a vida da igreja, nem sequer sabiam, muitas vezes, onde eles mesmos estariam no dia ou na semana seguinte! Pense, por exemplo, em Pedro perambulando pela terra de Israel (At 9.32) sem a menor preocupação de pensar sobre como a igreja de Jerusalém sobreviveria sem a sua presença. Ou imagine como Filipe saiu de um avivamento que sacudia a cidade de Samaria, foi ao deserto pregar para um eunuco e, depois, “achou-se em Azoto” (At 8.40) – lembrando que fora ungido como diácono para servir as viúvas de Jerusalém (At 6.5)!
Toda vez que lemos os relatos inspirados de Atos, sentimos o frescor e o dinamismo de um povo cheio de vida e paixão por Jesus. Ficamos mesmerizados diante de uma história que, apesar de aparentemente anárquica, sem plano ou governo humanos, acaba seguindo um roteiro preciso, divino, guiado pelas mãos habilidosas do próprio Espírito Santo.
Como Filipe conseguiu encontrar um eunuco no deserto justamente quando ele estava lendo Isaías 53? Como Cornélio teria achado Pedro na casa de Simão, o curtidor, se não fossem as informações fornecidas por um anjo? Como Ananias teria encontrado Saulo se não tivesse acesso aos mesmos métodos? (Naquele tempo, ninguém precisava de GPS ou Google Maps!)
Como, apesar de monstruosas oposições, perseguições e desentendimentos, Paulo conseguiu construir uma ponte entre o Velho e o Novo Testamento, entre a lei e a graça, entre judeus e gentios, que dura até hoje? Como João pôde obter uma visão como a do Apocalipse que, apesar de tão surreal e fantasmagórica, leva ao seu devido cumprimento cada semente lançada no livro de Gênesis – e isso sem ter a menor noção de que estava escrevendo o último livro da Bíblia?

Guiados pelo Espírito como no princípio
Ultimamente, sinto em meu espírito que estamos adentrando uma nova etapa da história da igreja. A Bíblia fala claramente que Jesus voltará para uma igreja gloriosa; porém, para que isso seja possível, ela vai ter de voltar às suas origens – ou seja, terá de tornar a ser controlada e governada, de forma ostensiva, pelo Espírito Santo. Graças a Deus por todas as formas de governo e estrutura humana que ele permitiu graciosamente para preservar a verdade do Evangelho durante séculos de escuridão. Mas, agora, quando estamos no limiar de um “admirável mundo novo” (ou, talvez, “um terrível mundo novo”) de tecnologia e invenções que levarão a humanidade a um destino que ninguém consegue prever, precisaremos de uma direção mais capaz, mais onisciente, mais sábia.
A grande pergunta é: estamos dispostos a abrir mão de nossas agendas, projetos, opiniões, planos, sistemas de segurança e zonas de conforto? Será que podemos confiar na capacidade do Espírito Santo de dirigir a igreja e a nossa atuação nela? Em que momento abriremos mão do controle da aeronave e permitiremos que o Espírito Santo assuma a direção? Será que já estamos suficientemente cansados do nosso estilo de governo e dos pífios resultados de tantos esforços despendidos na obra do Senhor? No final das contas, como podemos ser dirigidos pelo Espírito?
Acho que nenhuma mensagem escrita tenha mudado tanto minha vida quanto o pequeno livreto Espaço para Deus, escrito por Henri Nouwen. Tenho lido, relido, estudado, sublinhado, pregado e ensinado sua mensagem incontáveis vezes, e nunca me canso de voltar a lê-la. O tema central é como criar um espaço em nossa vida corrida neste mundo moderno para ouvir melhor a voz de Deus. Acho que não existe hoje prioridade maior para todos os cristãos do que essa.
Dez anos atrás, fui impactado fortemente pelo livro Experiências com Deus de Henry T. Blackaby e Claude V. King. Chegamos a publicar um artigo extraído desse livro na última edição do primeiro ano de publicação da Revista Impacto. A frase que contém a verdade explosiva desse livro é a seguinte: “Observe onde Deus está agindo e junte-se a ele!”.
A grande promessa para todos que nascem de novo como filhos de Deus é que seremos guiados pelo Espírito de Deus (Rm 8.14). Se recebermos a seiva da videira, teremos o mesmo tipo de vida que ela tem. A videira é Jesus, e ele vivia constantemente orientado e alimentado pelo Pai. Portanto, a salvação nos traz muito mais do que a promessa de vida eterna depois da morte. Traz-nos uma vida controlada, nutrida e dirigida pelo Espírito hoje!
À medida que colocarmos nossa vida no altar, abrirmos mão de nossas agendas e planos e dispormo-nos a ouvir a voz mansa e suave de Deus, começaremos a ver como a direção do Espírito é prática. Funciona! Mas exige muito mais dependência de Deus e confiança nele do que temos costume de praticar, e isso nos assusta. Porém, ao mesmo tempo, estimula e revigora porque a vida deixa de ser previsível e passa a ser surpreendente e excitante.

Qual é a origem de suas ações?
Para experimentar esse novo estilo de vida, logo descobriremos que os momentos passados em oração são muito mais produtivos do que tempo gasto em planejamento extenuante e meticuloso. Muitas vezes, a oração parecerá seca, fria e improdutiva, mas, se perseverarmos, encontraremos instantes de grande lucidez, e dicas fundamentais vindas do trono nos trarão orientação preciosa e imprescindível.
Muito mais importante do que nossas ações é quem ou o que nos leva a realizá-las. Pedro e os outros discípulos lançaram redes, a noite inteira, sem pegar nada. Bastou Jesus dar ordens para lançar a rede que os barquinhos transbordaram de peixes. Quantos cegos poderiam lavar-se no tanque de Siloé e continuar cegos do mesmo jeito? Certamente, a água de lá não tinha nenhuma propriedade miraculosa. Mas quando Jesus mandou o cego lavar os olhos ali e tirar o barro que ele colocara sobre os olhos, ele voltou vendo (Jo 9.7-11)! Não se tem notícia de que nenhum outro leproso além de Naamã, o sírio, tenha sido curado ao banhar-se sete vezes no Rio Jordão, mas, quando ele agiu em obediência à ordem de Eliseu, foi completamente curado!
Poderíamos continuar essa lista infinitamente, mas, com certeza, não é necessário. Será que o motivo de tanta esterilidade em nosso ministério não é a falta dessas ordens divinas na origem de nossas atividades? Ao mesmo tempo, quantas vezes temos ouvido ou sentido pequenos impulsos ou desejos vindos do Espírito e deixado de obedecê-los por pensarmos serem bobagens insignificantes?

Jesus está voltando!
Creio que a glória desta última casa será muito maior do que a da primeira! Que a igreja gloriosa que receberá Jesus será muito mais formosa e linda do que a igreja descrita em Atos! Creio também que estamos começando a sentir a atração misteriosa e maravilhosa do próprio Senhor ressurreto que está preparando-se para voltar. Como um grande ímã eletromagnético vindo dos espaços siderais, ele está aproximando-se da Terra a uma velocidade estonteante, e todos os que são de ferro (da mesma natureza que ele, com o mesmo Espírito dele – crente de plástico não vai sentir nada!) sentirão essa forte atração, aumentando cada vez mais à medida que ele se aproxima.
Creio que começaremos a ver pessoas ligando-se umas às outras em alianças estratégicas que trarão muito fruto para o plano de Deus na Terra. Não serão alianças por motivos naturais, mas simplesmente porque o Espírito assim quer que aconteça. Creio que veremos sinais e maravilhas começando a pipocar no meio do povo de Deus de maneira anônima, com toda simplicidade e humildade, deixando toda a glória com Deus. Creio que a soma dos milhares e milhões de pequenos atos de obediência à voz do Espírito Santo, praticados ao redor do mundo por todos os nascidos pelo Espírito, começará a produzir um cataclismo de efeitos desproporcionais, incomodando os poderes religiosos e políticos deste mundo tenebroso. Creio que, quando o inimigo levantar-se, furioso, para tentar cortar a cabeça e a liderança dessa igreja, ele ficará totalmente confuso e aturdido por não achar qualquer liderança humana. Será uma praga gloriosa, irradiando e propagando-se sobre toda a face da Terra, incontrolável, invencível.
O amor de Deus cobrirá a Terra como as águas cobrem o mar. Amém! Que assim seja! Ora, vem, Senhor Jesus

sábado, 12 de maio de 2012

Texto: Como Achar o Mapa da Vontade de Deus

Como Achar o Mapa da Vontade de Deus

  ( em 29 abr, 2011)

Somos pessoas que “fazem”. Sempre queremos estar fazendo alguma coisa. Por isso, a ideia de fazer a vontade de Deus empolga muita gente. De vez em quando, ouvimos alguém dizer: “Não fique aí parado; faça alguma coisa”. O problema é que a maioria das pessoas e das igrejas está tão ocupada tentando ajudar Deus a executar seus propósitos, que ele não consegue manter a atenção delas por tempo suficiente para mostrar-lhes o que ele realmente quer que façam. Geralmente nos desgastamos realizando coisas que, no fim, têm muito pouco valor para o Reino.
Creio que Deus está clamando e gritando para nós: “Não encham o tempo de vocês fazendo ‘alguma coisa’ só para não ficarem parados. Parem um pouco! Estabeleçam um relacionamento de amor comigo. Procurem conhecer-me. Ajustem sua vida a mim. Deixem-me amá-los e revelar-me à medida que faço minha obra por seu intermédio”. Chegará um tempo em que ele nos chamará a “fazer”, mas não podemos pular o relacionamento. O relacionamento com Deus precisa vir primeiro.
Jesus disse: “Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). Você crê nele? Sem ele, você nada pode fazer. Isso é sério. Se você está num período infrutífero hoje, pode ser que esteja tentando fazer sozinho coisas que Deus não iniciou.
Observe o que Jesus disse a respeito daqueles que ficaram exaustos tentando fazer as coisas com o próprio esforço: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11.28-30).
Um jugo é um instrumento feito para que dois bois trabalhem juntos. O convite de Jesus é para que você entre com ele no jugo em que ele já está – ou seja, que se envolva na obra dele (obra de Deus). Quando você atua onde ele já está atuando, ele realiza sua obra com você e por seu intermédio de tal forma que o jugo se torne suave, e o fardo, leve.

Deus está interessado em um relacionamento de amor

O plano de Deus é ter um relacionamento de amor com você. Temos problemas quando pedimos que ele nos diga se devemos ser um empresário cristão, um diretor de música, um diretor de escola, um pastor ou um missionário. Ou quando queremos saber se ele nos quer em nosso próprio país, no Japão ou no Canadá. Normalmente, Deus não dá uma tarefa permanente e deixa você lá para sempre. Sim, você pode ser colocado em um trabalho no mesmo lugar por um longo período; mesmo assim, porém, receberá tarefas específicas de Deus todos os dias.
Ele chama você para um relacionamento em que ele é o Senhor – em que você deve se dispor a fazer e ser qualquer coisa que ele escolher. Se fizer isso, Deus poderá levá-lo a fazer e ser coisas que você jamais imaginou. Porém, se não segui-lo como Senhor, você poderá ficar preso a um trabalho ou a uma tarefa e perder aquilo que Deus queria fazer por seu intermédio. Já ouvi pessoas dizendo coisas do tipo: “Deus me chamou para ser… Por isso, essa outra coisa não pode ser da vontade dele”. Ou: “Meu dom espiritual é… Por isso, esse ministério não pode ser a vontade de Deus para mim”.
Deus nunca lhe dará uma tarefa sem, ao mesmo tempo, capacitá-lo para concluí-la. É exatamente isso que constitui um dom espiritual: a capacitação espiritual para executar uma tarefa dada por Deus.
Entretanto, você não deve concentrar a atenção em seus talentos, habilidades e interesses para descobrir a vontade de Deus. Já ouvi muitas pessoas dizerem: “Eu realmente gostaria de fazer tal coisa; portanto, essa deve ser a vontade de Deus para mim”. Esse tipo de resposta procede de um coração centrado em si mesmo. Ao invés disso, devemos centralizar-nos em Deus.
Um coração centrado no Senhor tem uma resposta mais ou menos assim: “Senhor, farei qualquer coisa que teu reino exigir de mim. Aonde quer que o Senhor deseje que eu vá, eu irei. Sejam quais forem as circunstâncias, estou disposto a seguir-te. Se o Senhor quiser suprir uma necessidade por meu intermédio, sou teu servo; farei qualquer coisa que for necessária”.

O fazendeiro era meu mapa

Durante 12 anos, fui pastor em Saskatoon, no Canadá. Certo dia, um fazendeiro me disse: “Henry, venha visitar-me na minha fazenda”.
Ele explicou o caminho mais ou menos assim: “Ande meio quilômetro depois que sair da cidade e verá um grande celeiro vermelho à esquerda. Entre na outra estrada e vire à esquerda. Siga nessa estrada por um quilômetro e verá uma árvore. Entre à direita e ande uns seis quilômetros e então verá uma rocha grande…” Anotei todas as instruções e um dia fui lá!
Na outra vez em que fui à casa do fazendeiro, ele estava comigo no carro. Uma vez que havia mais de um caminho para se chegar à sua casa, ele poderia ter-me levado pelo caminho que quisesse. Dessa vez, não precisei das explicações que havia anotado. Veja, ele era o meu “mapa”. O que eu tinha de fazer? Tinha apenas de prestar atenção ao que ele falava. Toda vez que ele dizia: “Vire”, eu fazia exatamente conforme o que dissera. Ele me levou por um caminho pelo qual eu nunca havia passado antes. Provavelmente, eu não conseguiria refazer o caminho sozinho. O fazendeiro era o meu “mapa”; ele conhecia o caminho.

Jesus é o seu caminho

Geralmente, as pessoas fazem as seguintes perguntas quando querem conhecer e fazer a vontade de Deus: “Senhor, o que queres que eu faça? Quando o Senhor quer que eu faça? Como devo fazer? Onde devo fazer? Qual será o resultado?”
Não é assim que quase sempre fazemos? Queremos que Deus nos dê um “mapa” detalhado. Dizemos: “Senhor, se me disseres para onde estás me dirigindo, eu poderei preparar meu rumo e caminhar para lá”.
Mas ele diz: “Você não precisa definir seu destino final agora. O que você deve fazer é seguir-me, um dia de cada vez”. Precisamos chegar ao ponto de respondermos a Deus assim: “Senhor, dize-me apenas o que devo fazer, um passo por vez, e eu te seguirei”.
Quem é que realmente sabe o caminho para você realizar o propósito de Deus para sua vida? Deus! Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (Jo 14.6).
• Ele não disse: “Vou mostrar-lhe o caminho”.
• Ele não disse: “Vou dar-lhe um mapa”.
• Ele não disse: “Vou dizer-lhe a direção a seguir”.
• Ele disse: “Eu sou O caminho”. Jesus conhece o caminho; ele é o seu caminho.
Se você fizer tudo o que Jesus lhe fala, um dia de cada vez, sempre estará bem no centro de onde Deus quer que você esteja. Você consegue confiar em Deus para guiá-lo dessa forma? Talvez, você ache que devemos esperar até que ele nos dê todos os detalhes antes de começar a dar passos práticos para segui-lo. Mas esse não é o padrão que vemos na vida de Jesus ou nas Escrituras.
Deus gostaria muito mais que sua resposta fosse esta: “Sim, estou pronto a seguir Jesus, um dia de cada vez, pois assim estarei bem no centro de sua vontade para minha vida”. Quando você chega ao ponto de confiar em Jesus para guiá-lo passo a passo, você começa a experimentar uma nova liberdade. Se não confiar que Jesus o guiará dessa forma, o que acontecerá quando não souber o caminho a seguir? Ficará preocupado cada vez que tiver de enfrentar uma encruzilhada. Pode ficar paralisado, não conseguindo tomar uma decisão. Deus não planejou esse tipo de vida para você.
Descobri, por experiência própria, que posso entregar o controle e a direção da minha vida para Deus. Depois, só preciso prestar atenção e cuidar de cada instrução que ele me dá, um dia de cada vez. Ele me dá mais do que o suficiente para preencher cada dia com sentido e propósito. Se eu fizer tudo o que ele diz, estarei no centro de sua vontade quando ele quiser usar-me para uma tarefa especial.

Abrão seguiu um dia de cada vez

Abraão é um bom exemplo desse princípio. Quando Deus o chamou, apenas disse: “Sai da tua terra” (Gn 12.1). Quantos detalhes Deus lhe deu? Somente isto: “Vai para a terra que te mostrarei”. Foi tudo o que ele pediu que Abraão fizesse. Deus prometeu fazer o resto. Você teria coragem de seguir a direção de Deus para sua vida com tão poucos detalhes?
Deus também chamou muitas outras pessoas, assim como fez com Abraão, apenas para o seguirem. Dificilmente, ele lhe dará muitos detalhes de seu plano antes de você começar a caminhar em obediência; é mais provável que o chame para segui-lo, um dia de cada vez.
Em alguns casos, Deus dava mais detalhes do que em outros. Moisés, por exemplo, recebeu uma descrição maior de tarefa do que a maioria dos outros. Porém, em todos os casos, os indivíduos tiveram de permanecer próximos a Deus para receber direção diária. Para Moisés e os filhos de Israel, Deus dava direção diária por meio da nuvem durante o dia e do fogo durante a noite.
Para Pedro, André, Tiago, João (Mt 4.18-20,21-22), Mateus (Mt 9.9) e Paulo (At 9.1-20), Deus deu pouquíssimos detalhes sobre a tarefa que receberiam. Basicamente, ele disse: “Apenas me siga e eu lhe mostrarei”. O que ele quer de você é isto: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mt 6.33,34).

Por Henry Blackaby e Claude V. King

[Texto extraído do capítulo 3 do livro Experiências com Deus, por Henry T. Blackaby e Claude V. King/ www.bompastor.com.br ]

Texto: Eu Encontrei Teus altares - Os Frutos do Altar

Eu Encontrei Teus altares - Parte III - Os Frutos do Altar

   ( 29 abr, 2011)
“O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; eu, OS TEUS ALTARES, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu!” (Sl 84.3).

Mesmo sendo o tema rico e expressivo, espero que nossa breve caminhada por alguns aspectos do altar tenha nos conduzido a lampejos da vida cristã, e que o chamado para oração, devoção e proclamação avance buscando uma voz ativa dentro de nós.
Particularmente, sinto meu coração incendiado por uma procura mais intensa no que se refere ao aspecto “oração”, o que me levou, alguns dias atrás, a lembrar-me de um centro de oração pelo avivamento que conheci numa viagem à Noruega. Apesar do clima gelado característico do país, deparei-me com homens e mulheres que decidiram empenhar sua vida em oração para que o país e toda a Escandinávia sejam tomados pelo calor do Espírito Santo.
Uma dessas mulheres é minha amiga pessoal. É comum vê-la levantando-se de madrugada (inclusive nas mais árduas do inverno), dobrando os joelhos e clamando a Deus por uma visitação sobrenatural naqueles países.
Recordo-me do zelo e da fé com os quais um dos líderes desse centro de oração relatou-nos as promessas e direções de Deus, e como sua paixão inflamou-nos também a crer! Há poucos dias, ele me enviou um e-mail que fez o meu senso de altar ser novamente despertado. Sinta também o coração desse homem:
Atualmente, estamos estabelecendo um ministério de oração durante 24 horas ininterruptas nos sete dias da semana em Grimerud. Queremos iniciá-lo a partir do final de agosto desse ano. Precisamos de 40 a 50 pessoas, e estamos como “loucos” recrutando-as! Sentimos que este é um tempo significativo para a Noruega e a Europa e precisamos desesperadamente de avivamento em nossa terra e no nosso continente. Isso não pode acontecer sem o grito dos filhos de Deus por sua visitação.
Às vezes, sentimo-nos desencorajados e sozinhos, mas, ao mesmo tempo, somos incentivados pela certeza da presença de Deus. Tem sido duro recrutar cristãos nas igrejas para orar, porque todos estão tão ocupados em fazer as coisas, que não conseguem vivenciar a intimidade e o poder de Deus.
Por favor, se houver pessoas em sua igreja [ou país] com um coração de oração e intercessão que possam ajudar-nos por dois anos, começando em agosto de 2010, envie-as para nós. Precisamos de cristãos brasileiros cheios de Fogo Santo para acender a chama na Noruega!
Quem senão Deus poderia avivar a fé dessas pessoas para crerem no avivamento? Quem senão o próprio Espírito Santo poderia inflamá-las ao convite do altar? E é Ele mesmo quem inclinará homens e mulheres a esse chamado!
A despeito das características singulares que marcaram os moveres de Deus ao redor do mundo, como o de Azuza, EUA (1906), com William Seymour, o do País de Gales (1904) com Evan Roberts, o de Kansas, EUA (1900), com Charles Parham ou o da África do Sul (1908) com John Lake, um fator é predominante em todos eles: pessoas estavam orando! Havia incenso. E o fruto do altar foram os milhares de vidas salvas, batizadas no Espírito Santo e extremamente comprometidas com Deus.
O texto de Hebreus 13.8 salta das Escrituras:
Jesus Cristo ontem e hoje é o mesmo, e o será para sempre!

O poder que estava sobre esses homens do passado não foi para o túmulo com eles, porque o poder é o próprio Cristo em quem não há sombra de mudança. Ele deseja agir, e o altar espera seus frutos.
Enquanto sou tomada por essa verdade, recordo uma das cenas que me marcaram no “Distrito Vermelho”, o centro de drogas e prostituição livre em Amsterdã na Holanda, a qual, de forma recorrente, volta ao meu íntimo como um alerta para a missão. Estávamos caminhando e orando naquelas ruas estreitas, onde as mulheres são oferecidas em vitrines como objetos sexuais, e vimos uma delas, beirando os 65 anos, em roupas íntimas, assentada numa cadeira. Em seu rosto, havia um conjunto de dor e maquiagem barata que tentava disfarçar o cansaço dos anos de “morte”. Ela me lançou um olhar que não consigo apagar da memória, uma mistura do definhar com um pedido de socorro. Ouvi nitidamente a voz do Senhor naquele momento: “Eu a amo! Eu morri por ela!”
Fui golpeada pelo chamado! Chorei como uma criança impotente e perdida. Os dias que se seguiram foram assinalados por pensamentos sobre o que fazer e como fazer. Dobrei os joelhos e chorei. Meses depois, já no Brasil, recebi um DVD enviado por um grupo de amigos da Holanda que decidiram entrar pelas ruas da “Red Light District”, proclamando o amor do Pai àquelas mulheres. Contemplo o rosto daquele grupo, pessoas normais como você e eu, algumas com histórias difíceis de perdas e dores, cada uma com um ramalhete de rosas nas mãos. Aproximaram-se das vitrines, que lhes foram abertas, e ousadamente entregaram seus presentes àquelas que são, na verdade, alvos do profundo amor de Deus.
Presumo a reação em cadeia gerada naquelas centenas de prostitutas e quebranto-me ouvindo uma música ao fundo que diz: Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres! Sinto-me tão encorajada por eles, percebo o caminho percorrido no altar da rendição e da proclamação com resultados que jamais dimensionaremos nesta Terra.
  
Não há como fugir a essa verdade: praticando o altar, colheremos seus frutos!
 Retomo o Salmo 84.3 e detenho-me nas últimas palavras. Sou novamente surpreendida pela ausência de coincidências nas Escrituras.
O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; eu, OS TEUS ALTARES, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu!
Acerca do nosso Pai, os filhos de Coré encerram essa afirmativa proclamando-o “SENHOR DOS EXÉRCITOS, REI MEU e DEUS MEU”. Muito além da pluralidade do nome, entendo que cada um deles encaixa-se maravilhosamente em nossa jornada pelo altar.
O Senhor dos Exércitos, que ouve a nossa oração, envolve-se conosco e vai à frente da batalha, saindo como valente, despertando seu zelo como Homem de guerra, clamando, lançando forte grito de guerra e mostrando sua força contra seus inimigos (Is 42.13).
Rei meu, que tem o governo sobre nós, por quem renunciamos, entregamos a nós mesmos em devoção e voluntariamente o proclamamos entre os povos, fazendo disso a nossa missão.
Deus meu, o soberano, amoroso protetor sobre nós, que enviou seu Filho para ser imolado em nosso lugar, fazendo da misericórdia e do perdão o fruto dessa entrega.
EIS O ALTAR! SEU FOGO ATRAVESSA TEMPOS E GERAÇÕES.
PERCEBA-O, ENCARE-O, COMPROMETA-SE.
ESCOLHA A JORNADA E DESFRUTE DE SEUS FRUTOS ETERNOS.

Texto: Eu Encontrei Teus altares - O Altar do Holocausto

Eu Encontrei Teus altares - Parte II - O Altar do Holocausto

   (29 abr, 2011)

“O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; eu, OS TEUS ALTARES, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu!” (Sl 84.3).

Sabendo que a revelação de Deus é gradual e progressiva, avançaremos, com simplicidade, na procura de uma compreensão mais completa da missão de Deus para nós, usando os diversos tipos de altares mencionados nas Escrituras. Salientando que não estamos seguindo a ordem estabelecida no tabernáculo, já passamos pelo altar de incenso no primeiro artigo, por meio do qual encontramos encorajamento e estímulo à vida de oração.
Nosso segundo encontro, agora, é com o altar do holocausto, feito de madeira de acácia e recoberto de bronze. Que outros tesouros podemos extrair para nossa jornada prática com Deus?
Descrição do Altar
Fez também o altar do holocausto de madeira de acácia. Ele era quadrado, com cinco côvados de comprimento, cinco de largura e três de altura. E fez pontas nos seus quatro cantos; as pontas formavam uma só peça com ele; e revestiu-o de bronze (Êx 38.1,2).
Esse altar trazia consigo uma terrível visão, pois nele o animal era sacrificado como forma de substituição e expiação. Era uma cena sangrenta e certamente desagradável de ser contemplada:
Chamou o Senhor a Moises e, da tenda da congregação, lhe disse: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando algum de vós trouxer oferta ao Senhor, trareis a vossa oferta de gado, de rebanho ou de gado miúdo. (…) À porta da tenda da congregação o trará, para que o homem seja aceito perante o Senhor. E porá a mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação. Depois imolará o novilho perante o Senhor; e os filhos de Arão, os sacerdotes, apresentarão o sangue e o espargirão ao redor sobre o altar que está diante da porta da tenda da congregação (Lv 1.1-5).
A palavra no hebraico para altar aqui é derivada de zabach, conceituando o altar como um lugar de abatimento, sacrifício, imolação e morte. Tudo isso enunciava o futuro, quando o perfeito Cordeiro seria entregue pelos homens:
Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida (Lv 17.11).
A nós, é explicito o apontamento desse altar para o Calvário, pois ali Cristo ofereceu-se como Ovelha ao matadouro. A visão sangrenta do altar chegou ao ápice na perfeita expiação. A cruz foi o próprio Deus nos substituindo, justiça e graça se encontrando, trazendo-nos a salvação.
Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! (Jo 1.29).
(…) Como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus em aroma suave (Ef 5.2).
O que mais esse altar ensina? O que há nele que precisamos praticar? Como pode o mundo conscientizar-se de seu fruto? E que papel cabe a nós, filhos de Deus, cumprir nesse aspecto do altar?
Indiscutivelmente, é necessário ponderarmos que o sacrifício de Cristo mudou nossa história, e que essa tão grande salvação trouxe consigo responsabilidades das quais não podemos isentar-nos. Quero ressaltar aqui duas delas: devoção e proclamação.
Devoção:
Chamamos de devoção o ato de dedicar-se ou consagrar-se a alguém, um oferecimento voluntário com base num amor legítimo, uma renúncia pessoal para provocar satisfação na pessoa ou causa amada. Tal conceito parece soprar sobre nós o pensamento de Tozer: há uma doce teologia do coração que só se aprende na escola da renúncia.
É pela devoção que o altar do holocausto é manifesto em nossa vida! Nele, fomos chamados a deixar voluntariamente a posse de tudo o que julgamos ser nosso, abrindo mão de sonhos, projetos, ideais a fim de satisfazer o Filho de Deus, nosso Grande Amor. A renúncia de tudo em nós é uma decisão interior que deve vir acompanhada de uma entrega evidente, uma rendição prática de tudo aquilo que já lhe oferecemos; o efeito, então, será a morte, que proclama que não somos mais donos de absolutamente nada e que rendemos os nossos direitos para que ele, nosso Senhor, possa executar, em nós e por meio de nós, aquilo que entende ser o melhor!
Considerar tamanho holocausto pessoal é terrível e pouco atraente, destoando da geração contemporânea; afinal, este é um tempo de cristianismo fácil e superficial em que Deus tornou-se um objeto utilitário. O mero refletir num evangelho que me convida a morrer para mim mesmo parece um tanto masoquista.
Mas esse é o chamado!
Homens e mulheres amantes de Cristo, marcados pelo altar, escreveram, e ainda escrevem, com devoção uma história digna de ser deixada como um legado. Dentre tantos exemplos do passado, podemos citar um homem chamado John Ri, que enfrentou o martírio na Coreia no ano de 1838. Juntamente com ele, foram mortos mais de 200 outros cristãos como forma de impedir o crescimento do Evangelho no país.
Fitamos os olhos em tal cena e afirmamos ser trágica demais. Concordo. Mas o grito que dela ecoa é tão contemporâneo quanto o grito dos milhões[1] de irmãos que foram martirizados no último século (chamado “tempo dos mártires”, talvez o maior na história do cristianismo) e dos 200 milhões que estão sendo perseguidos por sua fé em todo o mundo hoje.
Conheci um desses personagens contemporâneos numa de nossas viagens à Ásia. Por causa de sua fé em Cristo, ficou preso por mais de 20 anos, sendo submetido a diversos tipos de torturas e pressões para que a negasse. Um dos episódios ocorridos com ele na prisão aprofundou meu entendimento de devoção.
Ele foi colocado numa vala úmida de 1 metro quadrado na qual foi obrigado a permanecer, na mesma posição, por vários meses. Sua comida era racionada, e, durante o tempo ali, não recebeu luz solar, o que provocou uma alteração na pigmentação de sua pele. Apesar das constantes oportunidades para negar a fé e o amor em Jesus, ele permaneceu fiel a suas convicções.
No fim de alguns meses, foi-lhe permitido receber a visita do filho. Ao ser retirado do buraco, notou-se que havia perdido os movimentos das pernas além de estar magro e doente. Quando o colocaram na sala, deixando-o no chão, seu filho chocou-se com a imagem do pai e, chorando, aproximou-se dele como num apelo para que tudo aquilo tivesse um fim. O pai ergueu os olhos lentamente e, com a força que lhe restava, declarou ao filho:
Sim, eu amo a mensagem da cruz. Até morrer eu a vou proclamar. Levarei eu também minha cruz, até por uma coroa trocar.
O nível de devoção de alguns espalhados pelo mundo deve ser um misto de confronto e encorajamento à nossa entrega. Por meio dele, podemos perceber que o mesmo Espírito de graça e força que continua movendo homens e mulheres a amarem o Senhor até o fim habita em nós e convida-nos, hoje, a pequenos atos de renúncia do nosso eu e de nossa forte vontade, firmando, com genuinidade, nossa busca pelo altar. Matthew Henry resumiu isso declarando que a primeira lição na escola de Cristo é a abnegação.
PROCLAMAÇÃO:
O segundo privilégio advindo da salvação é a proclamação. Proclamar é anunciar em público e em alta voz, afirmando, com ênfase, a mensagem que levamos. Jesus é nossa verdade plena, absoluta e eficaz! Quando encontramos o altar, a rendição nos convida, e a proclamação torna-se nossa missão.
Vamos esbarrar aqui em alguns aspectos práticos:
-Faz-se necessário conscientizar-se da missão! A maioria dos cristãos desconhece a razão de permanecerem nesta Terra, sendo conduzidos a uma adaptação sutil ao seu estilo, conduta, valores e princípios. A saudade de casa vai-se exaurindo, e a identidade peregrina é comprometida. Enquanto o coração é roubado, a missão, por muitos ignorada, deixa de ser cumprida. É vital que encontremos nossa missão em Deus e façamos dela o nosso encargo. De forma inteligente, Richard Bach leva-nos a uma reflexão: “Eis um teste para saber se você terminou sua missão na Terra: se você está vivo, é porque não a terminou!”
-Devemos ter coerência entre o que proclamamos e o que procuramos viver. Campbell Morgan disse que o homem que prega a cruz precisa ser um crucificado! Esse é o diferencial na mensagem.
-Nossa visão precisa ser ampliada; precisamos ser conduzidos pelo Espírito Santo além dos prédios, das casas, da geografia, das diferentes culturas e línguas. Onde houver um suspiro de morte, a chama do amor pelo Calvário deve ser anunciada com paixão.
-Aquele que proclama precisa estar encharcado de compaixão. O grito dos milhares que morrem a cada dia, sem conhecer o fruto do altar no Calvário, deve tirar-nos o sono, sacudir-nos o bolso e colocar-nos de joelhos.
-E, por fim, a proclamação deve ser praticada com um senso de urgência! Nesse caso, precisamos divorciar-nos da procrastinação. Lutero tinha um ponto de vista sobre isso que deve permear nosso conceito: “Prego como se Cristo tivesse sido crucificado ontem, ressuscitado dos mortos hoje e estivesse voltando amanhã”.
O altar do holocausto deve traspassar nossa mente, cativar nosso coração e mover nossos pés!
Busque-o; ele está disponível a você.

[1]Estimado por alguns pesquisadores em mais de 45 milhões

Texto: Eu Encontrei Teus Altares – O Altar de Incenso / Revista Impacto

(29 abr, 2011)

Eu Encontrei Teus Altares – Parte I - O Altar de Incenso

“O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; eu, OS TEUS ALTARES, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu!” (Sl 84.3).
Todo esse salmo dos filhos de Coré é inspirador, mas gostaria de meditar especificamente nessa porção acima. Perscrutar a ligação entre a busca de duas aves e de um homem é algo desafiador e, quando bem observado, pode ser riquíssimo.
O pardal é conhecido como uma ave monogâmica. De voo direto, ele determina um alvo e avança. É prudente (qualidade compartilhada pela andorinha) na construção de sua casa, procurando cuidadosamente um local adequado, longe de predadores. Já a andorinha é conhecida por um senso extraordinário de orientação; mesmo voando longe, ela sabe exatamente como voltar para seu ninho. Tem hábito de andar sempre em grupos.
Olhando para esse texto, duas verdades se destacam: a primeira, que ambas as aves encontraram o que buscavam, um lugar seguro de habitação; a segunda, que nós também fomos inseridos numa procura por algo específico: os altares de Deus!
A figura do altar, quando malcompreendida, é intimidadora e quase sempre repudiada. Porém, seu significado nas Escrituras é abrangente e encontra-se em boa parte da trajetória do povo de Deus. Não há como desprezá-lo ou ignorar seu efeito na vida cristã.
Ao mesmo tempo, temos um extraordinário desafio à frente: como esse encontro com os altares de Deus poderá efetivamente mudar nossa visão e conduta em relação à missão que temos nesta Terra?
Vamos examinar alguns tipos de altar na Bíblia e descobrir, juntos, um pouco mais sobre seu significado.
O altar de incenso
“Farás também um altar para queimares nele o incenso; de madeira de acácia o farás” (Êx 30.1).
Esse altar tinha uma função específica. Segundo a orientação divina, deveria ser feito de acácia, madeira forte e durável, e revestido de ouro. Sobre ele, o incenso seria oferecido. Em Salmos 141.2, lemos:
Suba à tua presença a minha oração, como incenso, e seja o erguer de minhas mãos como oferenda vespertina.
E, em Apocalipse 8.3:
Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono.
Podemos dizer que, em ambos os textos, o incenso aponta para a oração.
O primeiro encontro com o altar de Deus leva-nos a refletir sobre nossa vida de oração. Costumo dizer que a oração é a forma primária de se fazer missões. Jamais haverá genuíno êxito na atividade missionária se ela não estiver envolvida pela fumaça do incenso. É célebre a frase de Spurgeon que declara: “Quando Deus deseja fazer uma grande obra, ele primeiro coloca seu povo para orar”.
O altar que nos chama à oração traz consigo reformas que estabelecerão um divisor de águas em nossa história e mudarão eternamente o futuro de indivíduos, tribos e nações.
A oração muda nosso interior
Henri Nouwen costumava dizer:
Ninguém precisa me provar que a oração faz diferença. Sem oração, fico irritável, cansado, sinto um peso no coração e perco o Espírito que dirige a minha atenção para as necessidades dos outros em vez de focá-la em mim mesmo. Sem oração, minha atenção volta-se para minhas preocupações. Fico chato, muitas vezes me ressinto e quero vingança.
Gosto dessa visão prática. Gosto de pensar na arma nuclear chamada oração e graciosamente cedida a nós. Gosto mais ainda da ideia de que aquele que ora é o primeiro a ser tocado. Considero impossível que alguém seja absolutamente sincero com Deus em oração e não se surpreenda com resultados quase imediatos em sua própria vida.
Lembro que, nos primeiros meses da minha vida cristã, fui a um culto. Nunca havia ouvido nada sobre missões, mas, naquela noite, um senhor de outra nacionalidade colocou-se à nossa frente e discorreu apaixonadamente sobre ganhar almas. De forma muito específica, falou sobre o amor de Deus pelo povo islâmico. Tudo era novo e assustador aos meus ouvidos, mas, lá no fundo, fui envolvida por um senso de destino. Virei-me para uma amiga ao lado e disse:
– Um dia, serei como esse velhinho; irei para outra nação pregar o Evangelho e ganhar muçulmanos para Jesus!
Minha amiga olhou-me sorrindo e disse: “Amém” apesar de minha noção pequena ou quase nula do que estava falando.
Hoje, entendo que aquela foi a primeira de muitas outras orações acerca de povos e desafios missionários. Eu não percebia que, em cada uma dessas “conversas” com o Pai, meu interior era sacudido, e, em cada lágrima derramada pelos perdidos, minha responsabilidade e rendição eram solidificadas. Quando dei por mim, quatro anos após aquela primeira oração, lá estava eu, pisando a Albânia para falar de Jesus a um povo sofrido, grande parte do qual professava a fé islâmica.
A oração tem um poder transformador que começa atuando naquele que faz uso dela.
A oração traz alinhamento
É também por meio dessa eficiente forma de comunhão que entramos num processo de alinhar o coração com Deus. Esse é, sem dúvida, um dos mais nobres anseios que devemos armazenar dentro de nós. Alinhar indica ajuste, posicionamento, disposição correta.
Por alguma misteriosa razão divina, o hábito de orar ajusta o nosso interior para com Deus. Nesses últimos anos, lidando com a história traumática de sobreviventes de abuso sexual, percebi que Deus está em busca de pessoas cujo coração esteja em harmonia com o coração dele, de tal forma que compartilhem do choro pelos que sofrem, perdidos por não conhecer o verdadeiro sentido da palavra vida.
Bob Pierce, fundador de Visão Mundial, tinha uma oração constante: “Senhor, que meu coração se sensibilize com aquilo que parte teu coração!”
Alexander Ogorodnikov, o homem que deu início a um movimento cristão na União Soviética, é testemunha viva do poder da oração. Preso num campo de trabalhos forçados, no norte da Sibéria, foi exposto a fome e frio extremos.
Em um momento específico, foi deixado numa cela com uma janela quebrada. As autoridades queriam fazer um experimento e congelá-lo. O coração desse homem foi tomado pelo sentimento de abandono e desespero, e ele começou a clamar:
– Deus, o senhor me deixou?
Nesse exato momento, nas Filipinas, uma mulher cristã foi acordada por um sonho no qual era ordenada a orar por Alexander. Sem qualquer ideia de quem poderia ser o homem, ela obedeceu e levou outros também a orar.
Imediatamente, lá na prisão, Alexander foi envolvido por um calor vivo e penetrante, e uma paz inexplicável apoderou-se dele. Ele sentiu uma forte impressão, como se alguém o houvesse tocado, dizendo-lhes estas palavras:
– Você não está sozinho! Você não foi abandonado. Estamos com você. Compartilhamos de seu sofrimento.
O poder da oração entrou na pele, no corpo e no coração daquele homem como forte fonte de calor.
No dia seguinte, quando os soldados voltaram à cela, encontraram-no vivo e com a temperatura normal do corpo. Ele ouviu quando um médico disse aos soldados:
– É impossível. Não dá pra explicar.
Aquela cristã filipina continuou orando com outros irmãos em Cristo durante seis meses até descobrir, por intermédio do ministério Portas Abertas, quem era Alexander.
Tempos depois, liberto de forma inexplicável e inesperada, o próprio Alexander afirmou:
– A oração abriu as portas da prisão e, como diz o Evangelho, “libertou os cativos”.
O convite
O convite à oração também nos faz compreender que ela é uma forma maravilhosa de relacionar-nos com a Trindade, que negligenciá-la é ter a força consumida e que, como foi escrito por alguém que orava: “Deus não presta atenção à pompa das palavras ou à variedade de expressões, mas à sinceridade e devoção do coração. A chave abre a porta não porque é dourada, mas porque se encaixa na fechadura!”
Eis aqui o altar! Está disponível a você, pode ser encontrado hoje, agora, no exato lugar onde você está. Aproxime-se com gratidão e posicione-se. Por meio de sua oração, Deus compartilhará o que está no coração dele e em quais emergências você deve envolver-se. Ele o fará sensível à dor do coração divino e construirá, em sua jornada, uma história de fé, rendição e MISSÃO!

(O vídeo sobre a libertação de Alexander Ogorodnikov pode ser visto através de http://www.portasabertas.org.br/video/testemunhos_video.asp)




Texto: Sou Um Passarinho – Madame Guyon

Sou Um Passarinho

O tempo da prova longa e silenciosa para Madame Guyon havia chegado. O Rei Luiz XV ordenou sua prisão no Convento de Santa Maria onde passou oito meses; mas seus amigos conseguiram libertá-la. O sofrimento era uma lição que ela havia aprendido e sua busca pelo Senhor não podia ser interrompida. Seus inimigos tentaram envenená-la na prisão e os efeitos do veneno perduraram por sete anos. Em 1695, ais quarenta e sete anos de idade, foi presa novamente por ordem do rei, mas desta vez foi para o Castelo de Vinceness. No ano seguinte foi para uma prisão em Vauglard. Em 1968 Madame Guyon foi levada para uma masmorra na Bastilha, a histórica e odiada prisão de Paris. Ali permaneceu por mais quatro anos, mas “sua cela parecia um palácio”. Em 1702 foi banida para Blois, onde passou o resto da sua vida a serviço do Senhor. Em 1717, aos 69 anos, dormiu no Senhor, em perfeita paz e sem nenhuma dúvida. Ela escreveu cerca de sessenta volumes e muitos dos seus belos hinos foram escritos durante os anos na prisão (Extraído do livro: O Quebrantamento do Ego – Ilustrado pelo processo de purificação do vinho). O poema abaixo foi escrito por Madame Guyon, no qual ela descreve de forma tocante o seu sentimento espiritual enquanto estava na prisão.
Madame Guyon – 1648-1717

SOU UM PASSARINHO

SOU UM PASSARINHO, SEM CAMPOS, SEM AR
NA MINHA GAIOLA, SENTO-ME A CANTAR
PARA QUEM AQUI ME APRISIONOU
BEM SATISFEITO PRISIONEIRO SOU
E ASSIM MEU DEUS, QUERO TE AGRADAR.
AQUI NADA TENDO PARA REALIZAR
TODO O LONGO DIA SÓ POSSO CANTAR
AS MINHAS ASAS ELE AMARROU
MAS O MEU CANTO MUITO O AGRADOU
INDA SE CURVA P´RA ME ESCUTAR.
TU TENS PACIÊNCIA PARA ME ESCUTAR
E UM CORAÇÃO PRONTO PARA A MIM AMAR
GOSTAR DE OUVIR MEU RUDE LOUVOR
POIS SABES QUE O AMOR, QUÃO DOCE AMOR
INSPIRA TODO ESSE MEU CANTAR.
PRESO NA GAIOLA NÃO POSSO SAIR
MAS MINHA PRISÃO NÃO PODE ME IMPEDIR
A LIBERDADE DO CORAÇÃO
QUE SEMPRE VOA EM TUA DIREÇÃO
MINH´ALMA LIVRE A TI VAI SE UNIR.
Ó QUE GOZO IMENSO PODER ME ELEVAR
PARA NAS ALTURAS A TI CONTEMPLAR
TUA VONTADE E DESÍGNEO AMAR
MINHA ALEGRIA NELES ENCONTRAR
LIVRE, EM TEUS BRAÇOS ME ACONCHEGAR.