sábado, 17 de maio de 2014

Texto: "SAMUEL MORRIS" livro e desenho animado (vídeo)

 “A maioria das pessoas afastou-se demais da fé simples própria de uma criança, e Deus não pode realizar muitas obras poderosas em nós, por causa de nossa incredulidade”. (Dr. Reade)
 
 
 

 
 
 
 
 
SAMUEL MORRIS
(Lindley Baldwin)
 
 
Simples e iletrado, ele foi o instrumento usado por Deus para despertar cristãos adormecidos e fazer de prestigiosa universidade evangélica um celeiro de missionários.
 
  Um Refém de guerra
 O continente negro tem dado ao mundo muitas de suas gemas mais preciosas. Contudo, no momento em que esses diamantes são encontrados, não passam de pedras opacas, sem brilho. É preciso então que sejam lapidadas, trabalhadas, para que revelem todo esplendor das cores que trazem dentro de si. Da mesma forma a África deu á humanidade um dos mais brilhantes lideres espirituais de nossos tempos. Pois assim como o diamante reflete toda luminosidade do sol, assim também a vida de Samuel reflete a fulgurante glória da “verdadeira luz” do mundo. Entretanto, o jovem africano não possuía desde o nascimento este poder radioso que iria transformá-lo numa poderosa influência espiritual; não. Foi preciso que as mãos divinas operassem nele uma meticulosa obra de lapidação, preparando esse diamante bruto para gloriosa função que exerceria na terra. Sobre seu berço não brilhou nenhum astro da sorte. Ele era apenas um entre milhares de garotos perdidos nas selvas da África ocidental. Sua tribo pertencia a trono kru, que habitava as florestas da Costa do Marfim. O nome dele era Kaboo. O pai era um dos chefes de sua tribo. Mas embora Kaboo fosse o filho mais velho e, portanto, um príncipe de seu povo, não havia ninguém no mundo com um destino mais desgraçado que o dele. É que perdera a posição de dignidade, perdera a sua condição de homem livre, e caíra num estado de degradação pior que um cativeiro.  Nessas regiões, era costume os chefes tribais derrotados em guerras entregarem o filho mais velho ao inimigo vitorioso como uma espécie de penhor ou refém, uma garantia de que o tributo seria pago. Na primeira vez que isso se dera, Kaboo era muito pequeno, e não se lembrava de nada. O pai conseguira pagar a indenização  prontamente, e o menino fora devolvido em pouco tempo. Mas, na segunda vez, o pai não conseguira ajuntar o valor do resgate rapidamente, e ele ficara cativo vários anos. Fora uma experiência tão terrível que o rapaz não gostava de falar dela. Mas pouco tempo depois de haver voltado a aldeia, sua tribo se viu novamente envolvido numa guerra calamitosa. Dessa vez, o adversário era um grupo de tribos inimigas, comandadas por um chefe cruel e perverso. Elas derrotaram o povo de Kaboo, destruíram suas plantações, e incendiaram o povoado. Seu pai foi obrigado a se render, e a jurar que pagaria um elevadíssimo resgate, com o qual sua tribo dificilmente poderia arcar, pois suas terras se achavam devastadas. E, pela terceira vez Kaboo, que contava então 15 anos, foi entregue ao inimigo como  penhor como pagamento do tributo, como quantia desse oneroso tratado de paz.  Na data marcada para o pagamento, o pai de Kaboo levou ao inimigo tudo que conseguira reunir para compor o resgate: muito marfim, borrachas nozes de cola, e outros artigos que o povo ofertara. O inimigo vitorioso  pegou a mercadoria e após fazer o cálculo do valor total, declarou que não era suficiente para cobrir a fiança combinada. E recusou-se a entregar o penhor. O pai de Kaboo ficou desesperado, mas resolveu fazer mais um esforço. Falou ao seu povo e convence-o a se desfazer dos seus últimos pertences. E uma segunda vez apresentou-se com a mercadoria ao inimigo, que mais uma vez a recebeu, avaliou-a e declarou insuficiente para cobrir o saldo. Havia uns anos, este guerreiro vitorioso vinha mantendo um lucrativo comércio com negociantes de Serra Leoa. Em troca do produto de suas pilhagens de guerra recebia sal, bugigangas e rum – principalmente rum. E à medida que seu gosto pela medida aumentava, seu conceito pelo valor da “moeda nativa” ia ficando mais reduzido. A quantia do tributo pago, agora, era estipulada com base na quantidade de rum que pudesse obter com ela. Conhecendo bem a perversidade que caracterizava esse chefe tribal, um homem dominado pela bebida, na segunda entrevista o pai de Kaboo levara consigo uma de suas mais belas filhas para tomar o lugar do rapaz, pois temia que este não resistisse por muito tempo às atrocidades a que o submetiam. Mas Kaboo objetou à troca. “Vou conseguir suportar os sofrimentos melhor do que minha irmã” argumentou ele. Pode “deixar-me aqui.” O pai compreendera que não poderia pagar mais tributos, e não havia mais nada a fazer senão voltar para casa com a filha, deixando o rapaz ali para enfrentar sua terrível sina. Quando o chefe inimigo se deu conta de que o pai de Kaboo não viria mais pagar o resgate, ficou furioso e mandou que chicoteassem o jovem diariamente. Cada vez que ele era castigado, a tortura era mais longa e mais severa que a anterior. O chicote utilizado era feito de um cipó de uma planta venenosa e espinhenta. Cada chicotada alem de retalhar-lhe o corpo, inoculava nele uma terrível toxina. A vítima desse tipo suplício tinha sempre a sensação de que todo seu corpo ardia. Todas as vezes que Kaboo era torturado, o castigo era presenciado por um homem de sua tribo, também escravo do inimigo, e que depois era enviado ao pai do jovem com a incumbência de fazer-lhe uma dolorosa descrição do sofrimento por que o jovem estava passando, e de comunicar-lhe que, se não redobrasse os esforços  para atender às exigências do chefe vitorioso, o castigo seguinte seria pior. E nem havia tempo para que os ferimentos cicatrizassem. Suas costas estavam lanhadas pelas chicotadas. Em pouco tempo, ele ficou esgotado com a perda de sangue e a febre causada pelas toxinas da planta; estava tão fraco que não conseguia mais ficar de pé, nem sentado. Então, eles fixaram no chão duas estacas em formato de forquilha e o apoiavam nela para chicoteá-lo. A essa altura, seu corpo já estava em carne viva.
(...)
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