"Para que esta alma sequiosa
possa encontrar o seu Esposo
e unir-se com Ele em união de amor,
tanto quanto lhe for possível nesta vida,
e sacie a sua sede com esta gota que d’Ele pode gostar nesta vida,
será bom que, em nome do Esposo a quem faz o pedido,
lhe respondamos indicando o lugar mais certo
onde está escondido.
Certamente que,
se aí O encontrar com a perfeição e o gosto
que se pode ter nesta vida,
não começará a vaguear em vão
atrás das pegadas de seus consortes (Cant t 1, 6)."
"Para tal, é necessário advertir que o Verbo,
o Filho de Deus,
juntamente com o Pai e o Espírito Santo,
está escondido,
essencial e presencialmente,
no ser mais íntimo da alma.
Portanto, para O encontrar há-de abandonar tudo,
quer no afecto quer na vontade,
e recolher-se ao máximo dentro de si mesma,
vivendo como se as coisas não existissem.
Santo Agostinho, falando nos Solilóquios com Deus, dizia:
Vós estáveis dentro de mim,
mas eu estava fora, e fora de mim Vos procurava.
Portanto, Deus está escondido na alma.
É ali que o bom contemplativo O há-de procurar com amor,
dizendo: Aonde Te escondeste?
Senhor,
abre os olhos da minha alma. Que eu aprenda a encontrar-Te!"
S. João da Cruz | 1542 - 1591 / Cântico Espiritual. 1, 6
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