Pr. JOHN HARPER: O ÚLTIMO HERÓI DO TITANIC
Enquanto as águas escuras e geladas do Atlântico enchiam lentamente o convés do Titanic, John Harper gritava: "Deixem as mulheres, crianças e descrentes subirem nos barcos salva-vidas." Harper tirou seu salva-vidas - a última esperança de sobrevivência - e o entregou a outro homem. Depois que o navio desapareceu sob a água escura, deixando Harper se debatendo nas águas geladas, ouviram-no incentivando os que estavam à sua volta a confiar em Jesus Cristo.
Era a noite de 14 de abril de 1912. uma noite de heróis, e John Harper foi um deles. Apesar das águas que o tragavam serem extremamente frias e do mar à sua volta estar escuro, John Harper deixou este mundo numa resplandecente glória.
Os atos de coragem de Harper foram espontâneos. Ele não tinha motivo para imaginar que o Titanic afundaria, nem tempo para escrever um roteiro. Uma revista comercial, The Shipbuilder, descreveu o Titanic como "praticamente insubmergível". No dia 31 de maio de 1911, um empregado da Companhia de Construção Naval White Star disse: "Nem mesmo o próprio Deus pode afundar esse navio". O Titanic representava toda a segurança, elegância e confiança da era vitoriana-edwardiana. A Associated Press era entusiasta do navio, declarando: "Tudo que a riqueza e a habilidade modernas podiam produzir estava incorporado no Titanic, o navio mais longo já construído, com mais de 4 quadras de comprimento.., com acomodações para uma tripulação de 860 pessoas e capacidade para 3.500 passageiros, ele foi construído com o mesmo cuidado dedicado aos melhores cronômetros". A ostentação e o tamanho recorde do Titanic impressionaram a era dourada da construção naval. Seus motores de 50.000 HP que produziam a velocidade de 24 nós por hora eram protegidos por dezesseis compartimentos estanques. Cada um era protegido por estruturas de aço. Na época do seu lançamento, o Titanic era o maior objeto móvel manufaturado do mundo. Depois de fazer as duas primeiras paradas para passageiros e correio em Cherbourg e Queenstown, Irlanda, os passageiros se sentiram ainda mais seguros. Harper escreveu numa carta para seu amigo Charles Livingstone antes de atracar em Queenstown, dizendo: "Até agora a viagem é tudo que se pode desejar."
Às 11:40 da noite de 14 de abril de 1912, um iceberg rasgou o lado estibordo do navio, jogando gelo por todo o convés e arrebentando seis compartimentos estanques. O mar se infiltrou. A maioria dos passageiros não acreditava que o Titanic afundaria até que a tripulação começou a lançar foguetes de sinalização para o alto. Charles Pellegrino disse: "A água brilhou por todos os lados. Barcos salva-vidas podiam ser vistos nela... Naquele enorme facho de luz artificial, as mentes também foram iluminadas. Todos entenderam a mensagem dos foguetes por si próprios". Depois dos foguetes, ninguém precisava ser convencido a entrar nos barcos salva-vidas. De repente, quando a água alcançou a metade da ponte de comando, um estrondo que parecia um milhão de pratos quebrando, cortou a noite. Enquanto a popa do Titanic subia alto no céu para se preparar para seu mergulho ao fundo do mar, um barulho terrível como uma explosão abalou o ar da noite. Passageiros davam-se as mãos e se jogavam na água. Às 2:20 da manhã o Titanic começou sua descida lenta para o fundo do mar, deixando uma nuvem emergente de fumaça e vapor acima do seu túmulo. Nas águas geladas do Atlântico Norte, na calada da noite, o navio mais famoso do mundo terminou sua primeira e última viagem, mas alcançou uma mística náutica que só perde para a da arca de Noé. Tudo aconteceu tão rápido, que Harper só pôde reagir. Sua reação deixou um exemplo histórico de coragem e de fé. "Os heróis da humanidade", disse A. P Stanley, "são como as montanhas, como os planaltos do mundo moral". John Harper foi um desses heróis.
A Parte Mais Difícil do Seu Heroismo
Nunca é fácil assumir tais ações heróicas, e para John Harper foi excepcionalmente difícil. Sua filha pequena, Nana, estava viajando com ele. Quatro anos antes, a mãe dela adoeceu e morreu. Agora, Harper sabia, Nana ficaria órfã aos seis anos de idade.
Quando o alarme indicou o fim do Titanic, Harper imediatamente entregou Nana a um capitão do convés com ordens para colocá-la num barco salva-vidas. Então ele saiu para socorrer os outros. Nana foi resgatada e mandada de volta à Escócia, onde cresceu, casou-se com um pastor, e dedicou toda a sua vida ao Senhor a quem seu pai tinha servido.
Certa vez, depois de Harper escapar por pouco de se afogar aos 26 anos, ele disse: "O medo da morte não me preocupou em momento algum. Eu acreditava que a morte súbita seria glória súbita, mas havia uma menininha sem mãe em Glasgow". Agora, essa menininha ficaria sem mãe e sem pai. Com certeza essa foi a parte mais difícil para Harper.
O Herói em Contraste
O heroismo altruísta desse escocês é acentuado pela conduta contrastante de muitos colegas passageiros nessa viagem mortal. Enquanto Harper entregava seu colete salva-vidas, um banqueiro americano conseguiu colocar um cachorro de estimação num barco salva-vidas, deixando 1.522 pessoas sem ajuda. Não havia um espírito de "afundar com o navio". Dos 712 salvos, 189 eram, inclusive, homens da tripulação. O coronel John Jacob Astor tentou escapar com sua mulher num barco salva-vidas e foi detido pelo segundo-oficial Charles Lightoller. Astor era o homem mais rico do mundo, mas isso foi insuficiente para forçar a sua entrada num simples barquinho salva-vidas. Daniel Buckley se disfarçou de mulher na tentativa de conseguir um lugar no barco. Os passageiros da primeira classe, no primeiro barco salva-vidas a ser baixado, se recusaram a voltar e recolher pessoas que estavam se afogando, apesar de haver espaço para muitos outros serem salvos. A Sra. Rosa Abbott, a única mulher a afundar com o navio e sobreviver, disse que um homem tentou subir nas suas costas forçando-a para baixo da água e quase afogando-a.
O Sr. Bruce Ismay, um dos donos do Titanic, diretor administrativo da Companhia White Star e o responsável por não haver barcos salva-vidas [suficientes] a bordo, tornou-se o marinheiro mais infame desde o Capitão Bligh. Ele subiu num barco salva-vidas enquanto centenas de mulheres permaneceram no navio condenado. O Capitão Smith ordenou a seus homens: "Façam o melhor que puderem para as mulheres e crianças, e cada um cuide de si". Ao mesmo tempo, John Harper mandava os homens fazerem o que podiam para as mulheres e crianças e cuidarem dos outros.
Uma Ambição Inabalável
Quando o monstruoso iceberg partiu as ambições dos outros em pedaços, Harper demonstrou sua ambição inabalável que nem a morte podia afetar. Ele declarou Jesus Cristo como a esperança do homem até o fim, ao contrário de outros que foram forçados a encarar a insensatez de suas ambições. Um certo Sr. Hoffman raptou seus filhos, Lolo e Momon, que ficaram conhecidos como as ‘‘crianças abandonadas do Titanic". Seu único desejo fora tirar suas crianças de perto da mãe. Mas, diante da morte, ele as colocou num barco salva-vidas, certificando-se de que elas voltariam para a mãe delas em Nice, França. John Phillips, um tripulante presunçoso, mandou o navio The Ca/ifornian "calar a boca" depois que este enviou pelo rádio o sexto aviso de icebergs no trajeto do Titanic. Ao encarar a morte, sua presunção desapareceu e ele clamou: "Deus me perdoe... Deus me perdoe". O pai de Michel e Edrnond Navratil levou seus dois meninos a bordo do Titanic numa viagem sem volta para a América a fim de escapar para sempre da esposa, que ele tinha pego tendo um caso com um oficial de cavalaria italiano. Abandonando sua ambição, Navratil colocou seus meninos num barco salva-vidas. Suas últimas palavras foram: "Digam à sua mãe que serei sempre dela".
O projetista do Titanic passou os momentos finais da sua vida no salão de fumar, observando um painel na parede que dizia: "O Novo Mundo Por Vir". Seu colete salva-vidas foi deixado de lado, demonstrando o fim do que fora um belo sonho por parte dele, dos donos do navio e do público.
A Sra. Isador Straus, cujo marido era dono da Loja de Departamentos Macy’s, não entrou num barco salva-vidas. Ela disse ao seu marido: "Onde você for, eu vou"; ajudou sua criada a entrar no barco número oito e colocou seu casaco de pele nos seus ombros, dizendo-lhe: "Mantenha-se aquecida. Eu não vou precisar dele".
Benjamin Guggenheim e seu criado Victo Giglio apareceram no convés em trajes de gala como dois comediantes orgulhosos, dizendo: "Nos vestimos com o melhor e estamos preparados para afundar como cavalheiros".
Jogadores de cartas trapaceiros, que viajavam com identidades falsas e tinham roubado $30.000 dos passageiros, pararam com suas trapaças. O instrutor T. W McCawley, que estava ensinando pessoas a montar em cavalos e camelos mecânicos, interrompeu suas aulas. O fascínio das camas luxuosas, lareiras, banhos turcos com câmaras refrigeradas douradas e da primeira piscina construída num transatlântico terminou. Passageiros no salão da primeira classe cessaram as suas festas e desfilaram no convés com coletes salva-vidas sobre os trajes de gala. As reuniões de negócios pararam. O falatório das socialites cessou. Mas, com o seu último suspiro, John Harper, sem desanimar, continuou o trabalho da sua vida: convencer homens a "crer no Senhor Jesus Cristo".
Harper Conhecia Bem os Terrores do Afogamento
A coragem de Harper não vinha da ignorância. Provavelmente ninguém no Titanic conhecia tão bem os terrores do afogamento como John Harper. Aos dois anos de idade ele caiu num poço e foi ressuscitado a tempo por sua mãe. Aos vinte e seis anos, Harper foi levado a alto mar por um correnteza e sobreviveu por pouco. Aos trinta e dois anos ele encarou a morte num navio com vazamento no Mediterrâneo. Talvez essa fosse a maneira de Deus testar esse servo para a sua missão de último aviso no Titanic.
Harper já sabia o que centenas de pessoas descobriram naquela noite trágica - afogamento é uma morte terrível. Will Murdoch, o primeiro-oficial do Titanic, foi incapaz de enfrentar uma morte lenta na água e se matou com um tiro quando a ponte de comando afundou. Muitos dos 1.522 homens, mulheres e crianças abandonados a bordo gritaram até ficar num silêncio terrível. Em contraste, um John Harper confiante encarou a morte com segurança absoluta de que Jesus derrotou a morte e deu-lhe a dádiva da vida eterna. Essa segurança ultrapassou os terrores do afogamento.
A Paixão de Toda a Sua Vida
O heroismo de Harper não foi apenas um momento glorioso de uma vida sem atos heróicos. Ele amou, chorou, orou e trabalhou pelos outros durante toda a sua vida. Harper recuperou alcoólatras, jogadores, e brigões. Como pastor, às vezes, passava a noite inteira na sua igreja orando pelas suas centenas de membros individualmente. Harper trabalhava dia e noite, nos lares e nas ruas, indicando uma vida melhor para os desamparados. Ele trabalhava sem cessar entre os pobres, procurando ajudá-los.
A labuta fatigante de Harper era realizada apesar de sua má saúde. No verão de 1905, a enfermidade o incapacitou por seis meses, acabou com sua saúde e roubou sua bela e ressonante voz. Seu corpo nunca mais foi o mesmo, restando apenas um esqueleto do homem que fora. A pele pálida, o corpo frágil e as enfermidades constantes de Harper eram as marcas de alguém que se recusava a parar para descansar. Porém, apesar da má saúde e do corpo cansado, Harper era sagaz e alegre. Esse servo dedicado era conhecido por ser "glorificado na sua fraqueza". Na noite anterior ao naufrágio do Titanic, enquanto os outros jogavam e descansavam, John Harper foi visto no convés do navio tentando com todo zelo levar um rapaz a crer em Cristo.
Harper Teve uma Oportunidade de Escapar do Titanic
Os atos heróicos de John Harper no Titanic assumem uma dimensão maior quando se considera sua oportunidade de ter evitado o desventurado navio. A principio estava marcado que Harper iria no navio Lusitania para pregar na Igreja Memorial Moody em Chicago. Ao invés disso, ele se levantou e informou aos homens da Missão Seaman’s Center em Glasgow que os planos foram mudados e ele partiria no Titanic para a igreja Memorial Moody de Chicago. Em 1911, ele havia tido as melhores conferências desde os dias do grande D. L. Moody, e a igreja o convidou novamente para três meses de reuniões.
O Sr. Robert English levantou-se numa reunião no Seaman’s Center e suplicou que Harper não viajasse para Chicago. English disse a Harper que estava orando e teve um pressentimento de que aconteceria um desastre se ele fizesse essa viagem. Ele se ofereceu para pagar a passagem se Harper adiasse a sua viagem. Vários outros testemunharam o fato de que English insistiu com Harper, inclusive Willie Burns, que estava presente na reunião em Glasgow, e as duas netas de English, Mary Whitelaw e Georgina Smith, ambas membros da Igreja Memorial Harper.
As palavras de English foram muito semelhantes às palavras ditas ao apóstolo Paulo por um profeta chamado Ágabo 1.900 anos antes. Ágabo atou suas mãos e seus pés, dizendo: "Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios". A recusa de Harper de voltar atrás foi muito parecida com a reação de Paulo: "Que fazeis chorando e quebrantando-me o coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus"(Atos 21.10-13). Ambos, Paulo e Harper, tinham um senso de propósito divino com relação às suas viagens, e ambos estavam dispostos a morrer para realizar esse propósito.
As advertências proféticas dadas a esses dois homens de Deus indicam que o Senhor aprovou seu sacrifício. A advertência de Ágabo deu um senso de propósito divino a Paulo quando ele viajou a Jerusalém onde pregaria o Evangelho, seria preso e condenado à morte. A advertência do Sr. English deu a Harper o mesmo senso de propósito divino quando ele se tornou a testemunha final num navio da morte.
No Final só Havia Duas Classes de Passageiros
Depois que o Titanic afundou, o escritório da White Star em Liverpool, Inglaterra, colocou um grande painel de cada lado da entrada principal. Em um deles escreveram com letras grandes: "Identificados como Salvos", e no outro: "Identificados como Desaparecidos". Quando a viagem do Titanic começou havia três classes de passageiros. Mas, quando ela terminou o número foi reduzido a duas — os que foram "salvos" pelos barcos salva-vidas e os que ficaram "perdidos" nas águas profundas.
Parentes e amigos dos passageiros do navio esperavam do lado de fora do escritório da White Star. Quando notícias sobre um passageiro chegavam, seu nome era escrito num pedaço de papelão. Então um empregado levava o nome até o portão. De frente para a multidão ele levantava o papelão; a multidão ficava num silêncio mortal. Todos observavam ansiosamente para ver em qual dos painéis o nome seria colocado.
John Harper mergulhou na morte com desprendimento total, sabendo que estaria entre os passageiros perdidos. Mas ele tinha certeza absoluta de que seu nome estaria na lista dos "salvos" diante do trono de Deus. Lorde Mercer expressou assim a atitude de Harper com relação à morte: "Numa única noite, entre o anoitecer e o amanhecer, durante algumas poucas horas de inconsciência de muitos que dormiam tranqüilamente, partiram desta terra centenas de vidas, algumas ricas em promessas e futuros aparentemente felizes, levando com elas todas as esperanças de outras pessoas. Mas a constância e a coragem cristãs, a renúncia absoluta e o heroísrno inabalável com que tantos encararam seu fim, nos ajudam a perceber que a morte não é o fim de todas as coisas e que esta vida é apenas a entrada para a vida verdadeira, que ela é apenas o portal da eternidade".
O Último Convertido de John Harper
Duas horas e quarenta minutos depois do Titanic colidir com o iceberg, ele afundou nas águas geladas. Centenas se ajuntaram em barcos e botes salva-vidas, e outros se agarraram a pedaços de madeira esperando sobreviver até que chegasse socorro. Durante cinqüenta minutos horríveis os gritos de socorro encheram a noite. Eva Hart disse: "O som das pessoas se afogando é algo que não posso descrever para você. E ninguém mais pode. É um som horrível. E há um silêncio terrível que o segue". O sobrevivente coronel Archibald Gracie chamou isso de "a cena mais lastimável e horrível de todas. Os gritos comoventes dos que estavam à nossa volta ainda soam nos meus ouvidos, e eu me lembrarei deles para o resto da minha vida".
Durante aqueles 50 minutos, um homem agarrado a uma tábua chegou perto de John Harper. Harper, que estava se debatendo na água, gritou: "Você é salvo?" A resposta foi: "Não". Harper gritou as palavras da Biblia:
"Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo". Antes de responder, o homem sumiu na escuridão.
Mais tarde, a correnteza os aproximou novamente. Mais uma vez Harper, que estava morrendo, gritou a pergunta: "Você é salvo?" Mais uma vez ele recebeu a resposta: "Não". Harper repetiu as palavras de Atos 16.31: "Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo".
Harper, que estava se afogando, soltou, então, as mãos do objeto em que se segurava na água gelada e desceu para seu túmulo no oceano. O homem que ele tentou evangelizar confiou em Jesus Cristo. Mais tarde ele foi socorrido pelos barcos salva-vidas do navio S.S. Carpathia. Em Hamilton, Ontario, este sobrevivente testemunhou que foi o "último convertido" de John Harper.
O último convertido de Harper foi alcançado pelas últimas palavras de Harper: "Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo".
Houve muitos heróis no Titanic, mas ajudando os outros enquanto se afogava, John Harper foi o último.
http://www.jesussite.com.br/acervo.asp?id=706
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John Harper: Evangelista (Mark Dever)
Deixe-me lhe contar uma história maravilhosa sobre uma pessoa com a
qual você gostaria de parecer. E, por favor, seja paciente com alguns dos
detalhes. Não consigo contar histórias de outra forma.
John Harper nasceu num lar cristão em Glasgow, Escócia, em 1872.
Quando tinha aproximadamente quatorze anos, tornou-se ele mesmo um
cristão, e dali em diante, começou a falar aos outros sobre Cristo. Aos
dezessete anos, começou a pregar, ir às ruas do seu vilarejo e derramar sua
alma enquanto suplicava com paixão que os homens se reconciliassem com
Deus.
Após cinco ou seis anos de labor nas esquinas das ruas pregando o
evangelho, e trabalho na usina durante o dia, Harper foi recebido pelo
Reverendo E. A. Carter da Missão Batista Pioneira em Londres. Isso deixou
Harper livre para devotar seu tempo e energia integral à obra que o seu
coração amava tanto – o evangelismo. Um pouco depois, em setembro de
1896, Harper iniciou sua própria igreja. Essa igreja, que começou com apenas
25 membros, passou a mais de 500 membros quando ele saiu de lá, uns treze
anos mais tarde. Durante esse tempo ele casou-se e ficou viúvo. Antes de
perder sua esposa, Deus abençoou Harper com uma beleza menininha
chamada Nana.
A vida de Harper foi agitada. Ele quase morreu afogado várias vezes.
Quando tinha dois anos e meio de idade, caiu num povo, mas foi resgatado e
reanimado por sua mãe. Aos vinte e seis, foi arrastado mar adentro por um
vento reverso e quase não sobreviveu. E aos trinta e dois anos viu de frente a
morte no Mar Mediterrâneo, quando estava num barco com o casco rachado.
Na verdade, esses “contatos” com a morte parecem ter apenas confirmado
John Harper em seu zelo pelo evangelismo, algo que o marcou pelo resto dos
dias de sua vida.
Enquanto pastoreando sua igreja em Londres, Harper continuou seu
evangelismo fervoroso e fiel. De fato, ele era um evangelista tão zeloso que a
Moody Church em Chicago pediu que ele viesse até a América para uma série de
encontros. Ele o fez, e muito bem. Uns poucos anos depois, a Moody Church
perguntou se ele não queria ir novamente. E foi assim que certo dia, Harper
adentrou num navio com um ticket de segunda classe em Southampton,
Inglaterra, para uma viagem até a América.
A esposa de Harper tinha morrido uns poucos anos antes, e Harper
tinha com ele sua única filha, Nana, de seis anos. O que aconteceu após isso
sabemos principalmente por duas fontes. Uma é Nana, que morreu em 1986
aos oitenta anos. Ela lembrava-se de ter sido acordada pelo pai umas poucas
noites na jornada deles. Era por volta de meia-noite, e ele disse que o navio
onde eles estavam tinha batido num iceberg. Harper disse a Nana que outro
navio estava para chegar, a fim de resgatá-los, mas, como precaução, ele a
colocaria num barco salva-vidas juntamente com uma prima mais velha, que
os acompanhava. Quanto a Harper, ele aguardaria até o outro navio chegar.
O restante da história é uma tragédia bem conhecida. A pequena Nana
e sua prima foram salvas. Mas o navio onde tinham estado era o Titanic. O
único motivo de sabermos o que aconteceu com John Harper depois é que,
numa reunião de oração em Hamilton, Ontário (Canadá), alguns meses
depois, um jovem escocês caiu em lágrimas e contou a história extraordinária
de como ele foi convertido. Ele explicou que estava no Titanic na noite em que
o mesmo atingiu o iceberg. Ele tinha se apegado a um pedaço de mastro que
estava flutuando nas águas congelantes. “Subitamente”, disse, “uma onda
trouxe até mim um homem, John Harper. Ele também estava agarrado a um
pedaço dos destroços.
Ele bradou: “Homem, você é salvo?”
“Não, eu não sou”, respondi.
Ele gritou de volta: “Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo”.
As ondas afastaram Harper de mim, mas um pouco depois, ele foi trazido de volta
e ficou ao meu lado de novo. “Você está salvo agora?”, ele exclamou.
“Não”, respondi.
“Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo”.
Então, perdendo o seu destroço, Harper afundou. E ali, sozinho na escuridão da
noite com 50 metros de água abaixo de mim, confiei em Cristo como meu
Salvador. Eu sou o último convertido de John Harper.
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
Deixe-me lhe contar uma história maravilhosa sobre uma pessoa com a
qual você gostaria de parecer. E, por favor, seja paciente com alguns dos
detalhes. Não consigo contar histórias de outra forma.
John Harper nasceu num lar cristão em Glasgow, Escócia, em 1872.
Quando tinha aproximadamente quatorze anos, tornou-se ele mesmo um
cristão, e dali em diante, começou a falar aos outros sobre Cristo. Aos
dezessete anos, começou a pregar, ir às ruas do seu vilarejo e derramar sua
alma enquanto suplicava com paixão que os homens se reconciliassem com
Deus.
Após cinco ou seis anos de labor nas esquinas das ruas pregando o
evangelho, e trabalho na usina durante o dia, Harper foi recebido pelo
Reverendo E. A. Carter da Missão Batista Pioneira em Londres. Isso deixou
Harper livre para devotar seu tempo e energia integral à obra que o seu
coração amava tanto – o evangelismo. Um pouco depois, em setembro de
1896, Harper iniciou sua própria igreja. Essa igreja, que começou com apenas
25 membros, passou a mais de 500 membros quando ele saiu de lá, uns treze
anos mais tarde. Durante esse tempo ele casou-se e ficou viúvo. Antes de
perder sua esposa, Deus abençoou Harper com uma beleza menininha
chamada Nana.
A vida de Harper foi agitada. Ele quase morreu afogado várias vezes.
Quando tinha dois anos e meio de idade, caiu num povo, mas foi resgatado e
reanimado por sua mãe. Aos vinte e seis, foi arrastado mar adentro por um
vento reverso e quase não sobreviveu. E aos trinta e dois anos viu de frente a
morte no Mar Mediterrâneo, quando estava num barco com o casco rachado.
Na verdade, esses “contatos” com a morte parecem ter apenas confirmado
John Harper em seu zelo pelo evangelismo, algo que o marcou pelo resto dos
dias de sua vida.
Enquanto pastoreando sua igreja em Londres, Harper continuou seu
evangelismo fervoroso e fiel. De fato, ele era um evangelista tão zeloso que a
Moody Church em Chicago pediu que ele viesse até a América para uma série de
encontros. Ele o fez, e muito bem. Uns poucos anos depois, a Moody Church
perguntou se ele não queria ir novamente. E foi assim que certo dia, Harper
adentrou num navio com um ticket de segunda classe em Southampton,
Inglaterra, para uma viagem até a América.
A esposa de Harper tinha morrido uns poucos anos antes, e Harper
tinha com ele sua única filha, Nana, de seis anos. O que aconteceu após isso
sabemos principalmente por duas fontes. Uma é Nana, que morreu em 1986
aos oitenta anos. Ela lembrava-se de ter sido acordada pelo pai umas poucas
noites na jornada deles. Era por volta de meia-noite, e ele disse que o navio
onde eles estavam tinha batido num iceberg. Harper disse a Nana que outro
navio estava para chegar, a fim de resgatá-los, mas, como precaução, ele a
colocaria num barco salva-vidas juntamente com uma prima mais velha, que
os acompanhava. Quanto a Harper, ele aguardaria até o outro navio chegar.
O restante da história é uma tragédia bem conhecida. A pequena Nana
e sua prima foram salvas. Mas o navio onde tinham estado era o Titanic. O
único motivo de sabermos o que aconteceu com John Harper depois é que,
numa reunião de oração em Hamilton, Ontário (Canadá), alguns meses
depois, um jovem escocês caiu em lágrimas e contou a história extraordinária
de como ele foi convertido. Ele explicou que estava no Titanic na noite em que
o mesmo atingiu o iceberg. Ele tinha se apegado a um pedaço de mastro que
estava flutuando nas águas congelantes. “Subitamente”, disse, “uma onda
trouxe até mim um homem, John Harper. Ele também estava agarrado a um
pedaço dos destroços.
Ele bradou: “Homem, você é salvo?”
“Não, eu não sou”, respondi.
Ele gritou de volta: “Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo”.
As ondas afastaram Harper de mim, mas um pouco depois, ele foi trazido de volta
e ficou ao meu lado de novo. “Você está salvo agora?”, ele exclamou.
“Não”, respondi.
“Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo”.
Então, perdendo o seu destroço, Harper afundou. E ali, sozinho na escuridão da
noite com 50 metros de água abaixo de mim, confiei em Cristo como meu
Salvador. Eu sou o último convertido de John Harper.
Fonte: The Gospel & Personal Evangelism, Mark Dever, p. 13-15.
http://www.monergismo.com/textos/biografias/john-harper-evangelista_mark-dever.pdf
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