sábado, 12 de maio de 2012

Texto: Eu Encontrei Teus Altares – O Altar de Incenso / Revista Impacto

(29 abr, 2011)

Eu Encontrei Teus Altares – Parte I - O Altar de Incenso

“O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; eu, OS TEUS ALTARES, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu!” (Sl 84.3).
Todo esse salmo dos filhos de Coré é inspirador, mas gostaria de meditar especificamente nessa porção acima. Perscrutar a ligação entre a busca de duas aves e de um homem é algo desafiador e, quando bem observado, pode ser riquíssimo.
O pardal é conhecido como uma ave monogâmica. De voo direto, ele determina um alvo e avança. É prudente (qualidade compartilhada pela andorinha) na construção de sua casa, procurando cuidadosamente um local adequado, longe de predadores. Já a andorinha é conhecida por um senso extraordinário de orientação; mesmo voando longe, ela sabe exatamente como voltar para seu ninho. Tem hábito de andar sempre em grupos.
Olhando para esse texto, duas verdades se destacam: a primeira, que ambas as aves encontraram o que buscavam, um lugar seguro de habitação; a segunda, que nós também fomos inseridos numa procura por algo específico: os altares de Deus!
A figura do altar, quando malcompreendida, é intimidadora e quase sempre repudiada. Porém, seu significado nas Escrituras é abrangente e encontra-se em boa parte da trajetória do povo de Deus. Não há como desprezá-lo ou ignorar seu efeito na vida cristã.
Ao mesmo tempo, temos um extraordinário desafio à frente: como esse encontro com os altares de Deus poderá efetivamente mudar nossa visão e conduta em relação à missão que temos nesta Terra?
Vamos examinar alguns tipos de altar na Bíblia e descobrir, juntos, um pouco mais sobre seu significado.
O altar de incenso
“Farás também um altar para queimares nele o incenso; de madeira de acácia o farás” (Êx 30.1).
Esse altar tinha uma função específica. Segundo a orientação divina, deveria ser feito de acácia, madeira forte e durável, e revestido de ouro. Sobre ele, o incenso seria oferecido. Em Salmos 141.2, lemos:
Suba à tua presença a minha oração, como incenso, e seja o erguer de minhas mãos como oferenda vespertina.
E, em Apocalipse 8.3:
Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono.
Podemos dizer que, em ambos os textos, o incenso aponta para a oração.
O primeiro encontro com o altar de Deus leva-nos a refletir sobre nossa vida de oração. Costumo dizer que a oração é a forma primária de se fazer missões. Jamais haverá genuíno êxito na atividade missionária se ela não estiver envolvida pela fumaça do incenso. É célebre a frase de Spurgeon que declara: “Quando Deus deseja fazer uma grande obra, ele primeiro coloca seu povo para orar”.
O altar que nos chama à oração traz consigo reformas que estabelecerão um divisor de águas em nossa história e mudarão eternamente o futuro de indivíduos, tribos e nações.
A oração muda nosso interior
Henri Nouwen costumava dizer:
Ninguém precisa me provar que a oração faz diferença. Sem oração, fico irritável, cansado, sinto um peso no coração e perco o Espírito que dirige a minha atenção para as necessidades dos outros em vez de focá-la em mim mesmo. Sem oração, minha atenção volta-se para minhas preocupações. Fico chato, muitas vezes me ressinto e quero vingança.
Gosto dessa visão prática. Gosto de pensar na arma nuclear chamada oração e graciosamente cedida a nós. Gosto mais ainda da ideia de que aquele que ora é o primeiro a ser tocado. Considero impossível que alguém seja absolutamente sincero com Deus em oração e não se surpreenda com resultados quase imediatos em sua própria vida.
Lembro que, nos primeiros meses da minha vida cristã, fui a um culto. Nunca havia ouvido nada sobre missões, mas, naquela noite, um senhor de outra nacionalidade colocou-se à nossa frente e discorreu apaixonadamente sobre ganhar almas. De forma muito específica, falou sobre o amor de Deus pelo povo islâmico. Tudo era novo e assustador aos meus ouvidos, mas, lá no fundo, fui envolvida por um senso de destino. Virei-me para uma amiga ao lado e disse:
– Um dia, serei como esse velhinho; irei para outra nação pregar o Evangelho e ganhar muçulmanos para Jesus!
Minha amiga olhou-me sorrindo e disse: “Amém” apesar de minha noção pequena ou quase nula do que estava falando.
Hoje, entendo que aquela foi a primeira de muitas outras orações acerca de povos e desafios missionários. Eu não percebia que, em cada uma dessas “conversas” com o Pai, meu interior era sacudido, e, em cada lágrima derramada pelos perdidos, minha responsabilidade e rendição eram solidificadas. Quando dei por mim, quatro anos após aquela primeira oração, lá estava eu, pisando a Albânia para falar de Jesus a um povo sofrido, grande parte do qual professava a fé islâmica.
A oração tem um poder transformador que começa atuando naquele que faz uso dela.
A oração traz alinhamento
É também por meio dessa eficiente forma de comunhão que entramos num processo de alinhar o coração com Deus. Esse é, sem dúvida, um dos mais nobres anseios que devemos armazenar dentro de nós. Alinhar indica ajuste, posicionamento, disposição correta.
Por alguma misteriosa razão divina, o hábito de orar ajusta o nosso interior para com Deus. Nesses últimos anos, lidando com a história traumática de sobreviventes de abuso sexual, percebi que Deus está em busca de pessoas cujo coração esteja em harmonia com o coração dele, de tal forma que compartilhem do choro pelos que sofrem, perdidos por não conhecer o verdadeiro sentido da palavra vida.
Bob Pierce, fundador de Visão Mundial, tinha uma oração constante: “Senhor, que meu coração se sensibilize com aquilo que parte teu coração!”
Alexander Ogorodnikov, o homem que deu início a um movimento cristão na União Soviética, é testemunha viva do poder da oração. Preso num campo de trabalhos forçados, no norte da Sibéria, foi exposto a fome e frio extremos.
Em um momento específico, foi deixado numa cela com uma janela quebrada. As autoridades queriam fazer um experimento e congelá-lo. O coração desse homem foi tomado pelo sentimento de abandono e desespero, e ele começou a clamar:
– Deus, o senhor me deixou?
Nesse exato momento, nas Filipinas, uma mulher cristã foi acordada por um sonho no qual era ordenada a orar por Alexander. Sem qualquer ideia de quem poderia ser o homem, ela obedeceu e levou outros também a orar.
Imediatamente, lá na prisão, Alexander foi envolvido por um calor vivo e penetrante, e uma paz inexplicável apoderou-se dele. Ele sentiu uma forte impressão, como se alguém o houvesse tocado, dizendo-lhes estas palavras:
– Você não está sozinho! Você não foi abandonado. Estamos com você. Compartilhamos de seu sofrimento.
O poder da oração entrou na pele, no corpo e no coração daquele homem como forte fonte de calor.
No dia seguinte, quando os soldados voltaram à cela, encontraram-no vivo e com a temperatura normal do corpo. Ele ouviu quando um médico disse aos soldados:
– É impossível. Não dá pra explicar.
Aquela cristã filipina continuou orando com outros irmãos em Cristo durante seis meses até descobrir, por intermédio do ministério Portas Abertas, quem era Alexander.
Tempos depois, liberto de forma inexplicável e inesperada, o próprio Alexander afirmou:
– A oração abriu as portas da prisão e, como diz o Evangelho, “libertou os cativos”.
O convite
O convite à oração também nos faz compreender que ela é uma forma maravilhosa de relacionar-nos com a Trindade, que negligenciá-la é ter a força consumida e que, como foi escrito por alguém que orava: “Deus não presta atenção à pompa das palavras ou à variedade de expressões, mas à sinceridade e devoção do coração. A chave abre a porta não porque é dourada, mas porque se encaixa na fechadura!”
Eis aqui o altar! Está disponível a você, pode ser encontrado hoje, agora, no exato lugar onde você está. Aproxime-se com gratidão e posicione-se. Por meio de sua oração, Deus compartilhará o que está no coração dele e em quais emergências você deve envolver-se. Ele o fará sensível à dor do coração divino e construirá, em sua jornada, uma história de fé, rendição e MISSÃO!

(O vídeo sobre a libertação de Alexander Ogorodnikov pode ser visto através de http://www.portasabertas.org.br/video/testemunhos_video.asp)




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