terça-feira, 30 de setembro de 2014

Texto: Adoração na Casa de Deus - T. Austin-Sparks

por T. Austin-Sparks


Efésios 1:4-10, 12, 18-19.

Voltando para o livro de Êxodo nós nos lembramos de que o tabernáculo visava apresentar as glórias de Cristo. Moisés recebeu o modelo, e outros foram dotados com o Espírito Santo para realizar a obra. Tudo o que foi fazer o tabernáculo era para mostrar os muitos aspectos das glórias de Cristo:

Bronze/ Justiça provindo do juízo, a justiça de Cristo.
Prata/ Redenção para Deus.
Ouro/ A glória de Deus.
Azul/ Natureza celestial.
Púrpura/ Realeza.
Escarlata/ Sofrimento.
Azeite/ O testemunho do Espírito Santo.
Incenso/ O merecimento do Senhor Jesus como o terreno da comunhão com Deus.
Pedras preciosas/ A preciosidade do Senhor Jesus para o Pai.

Isso é suficiente para transmitir a verdade de que este tabernáculo visava apresentar as glórias e excelências do Senhor Jesus. É aquilo que a Igreja, a habitação de Deus, é destinada a ser; aquilo que apresenta as glórias e valores de Cristo. Há um fim em vista, “que sejamos para a louvor de Sua glória”; que as glórias de Deus sendo manifestas em nós, no Santuário, na Igreja, ocasione louvor a Ele.
Adoração é louvor pela Sua graça e louvor para Sua glória em Jesus Cristo – graça conduzindo a glória. Primeiramente é a graça que nos faz ser uma habitação de Deus, porque fornece as condições necessárias para a presença de Deus. Depois é a obra de Deus, através da graça, nos conformar à imagem do Seu Filho, para que eventualmente sejamos para o louvor da Sua glória. Esse é o desenvolvimento completo dos propósitos da graça.
Efésios 1 nos mostra do que Deus está atrás, e como Ele começa no que aos crentes diz respeito, e qual o final a ser – o louvor da Sua glória.
Efésios 6 nos traz em contato com as forças que estão opostas.
O que jaz entre o capítulo 1 e o capítulo 6 é tudo aquilo pelo qual o fim de Deus é atingido e o objetivo de Satanás é derrotado. Existe uma ordem Divina no Corpo e na Casa. Subverta a ordem Divina e a glória Divina desaparecerá. Na ordem está a glória de Deus; no desordem está a desonra de Deus. Uma expressão viva do pensamento de Deus na Igreja é um objetivo de terrível antagonismo por parte do inimigo.
Supremamente, a Casa de Deus é caracterizada pela adoração. Deus a trouce à existência para esse propósito. Quando você entra na esfera da Igreja viva você entra na realidade viva dos poderes do mal, por causa da adoração. Adoração não é uma forma de palavras, ou atitude do corpo ou mente, não somente o canto de hinos. É uma tão grande habitação nas excelências do Senhor Jesus pelo Espírito Santo que Deus está a ser glorificado. É primeiramente a expressão do coração da apreciação da graça de Deus em Jesus Cristo.
Primeiramente publicado na revista "Uma Testemunha e Um Testemunho" 1938.

Texto: EM CRISTO por T. Austin-Sparks - O Todo Inclusivo "EM"

EM CRISTO
por T. Austin-Sparks

O Todo Inclusivo "EM"

Não há nenhuma frase ou fórmula que ocorra com maior freqüência no Novo Testamento do que esta, “em Cristo”. Algumas vezes ela varia nas traduções quando “por”, “através” e “com” são usados, e algumas vezes no texto original ela muda na forma, “em Cristo Jesus”, “Nele”, etc., mas em todas as duzentas vezes de sua ocorrência, o princípio é o mesmo. Em toda a doutrina cristã não há nada mais precioso, e, contudo, não há nada menos compreendido e apreciado. Numa declaração consumada nos é dito que Deus propôs congregar todas as coisas em Cristo (Ef. 1:10) e que fora dEle não há nada que tenha qualquer lugar no Seu propósito eterno. O plano, o método, os recursos, os tempos, as coisas eternas, são Cristosféricas.

A Criação está EM Cristo.
A Vida está EM Cristo.
A Aceitação está EM Cristo.
A Redenção está EM Cristo.
A Justiça está EM Cristo.
A Santificação está EM Cristo.
A Esperança está EM Cristo.
As Bênçãos Espirituais estão EM Cristo.
A Consolação está EM Cristo.
A Paz está EM Cristo.
A Oração Eficaz está somente EM Cristo.
A Força e as Riquezas estão EM Cristo.
O Propósito Eterno está EM Cristo.
A Nova Criação está EM Cristo.
As Promessas estão EM Cristo.
O Escape da Condenação está EM Cristo.
O Um Corpo está EM Cristo.
A Perseverança está EM Cristo.
O Ser Um está EM Cristo.
Os Limites do Sofrimento dos Cristãos estão EM Cristo.
A Não Separação está EM Cristo.
O Homem Perfeito está EM Cristo.
O Auxílio Mútuo está EM Cristo.
Há as Igrejas EM Cristo.
Há os Mortos EM Cristo.
Há o Novo Homem e o Homem Perfeito EM Cristo.
Estamos Completos EM Cristo.

O contexto desta fórmula varia de eternidade, através dos séculos, a eternidade. Na eternidade passada fomos escolhidos e eleitos EM Cristo. Ef. 1:4. Durante o tempo, pela Cruz, este fato celestial eterno é trabalhado em forma literal e experimental, expressado por diferentes termos, implicando verdades espirituais progressivas e específicas, mas sempre o mesmo princípio.
"Plantados juntamente na semelhança de Sua morte. Rom. 6:5.
"nos vivificou juntamente com Cristo." Ef. 2:5.
"nos ressuscitou juntamente com Cristo." Ef. 2:6.
"nos fez assentar … em Cristo." Ef. 2:6.
"de tornar a congregar todas as coisas em Cristo." Ef. 1:10
"Ajustados em Cristo. Ef. 2:21.
"Unidos" Col. 2:2.
"Edificados" em Cristo. Ef. 2:20.
"Vivamos juntamente com Ele." 1 Tes. 5:10.
"Cooperando com Ele." 2. Cor. 6:1.
"Combatendo juntamente." Fil. 1:27.


Então vem o clímax, ao final deste tempo, quando tudo acima citado é concluído e somos “juntamente arrebatados”. 1 Tes. 4:17.

http://cristosuficiente.blogspot.com.br/2010_06_01_archive.html

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Em Cristo por T. Austin-Sparks
Não há nenhuma frase ou fórmula que ocorra com maior freqüência no Novo Testamento do que esta, “em Cristo”. Algumas vezes ela varia nas traduções quando “por”, “através” e “com” são usados, e algumas vezes no texto original ela muda na forma, “em Cristo Jesus”, “Nele”, etc., mas em todas as duzentas vezes de sua ocorrência, o princípio é o mesmo. Em toda a doutrina cristã não há nada mais precioso, e, contudo, não há nada menos compreendido e apreciado.
Numa declaração consumada é-nos dito que Deus propôs congregar todas as coisas em Cristo (Ef. 1:10) e que fora dEle não há nada que tenha qualquer lugar no Seu propósito eterno. O plano, o método, os recursos, os tempos, as coisas eternidas, são Cristosféricas.
A Criação está EM Cristo.
A Vida está EM Cristo.
A Aceitação está EM Cristo.
A Redenção está EM Cristo.
A Justiça está EM Cristo.
A Santificação está EM Cristo.
A Esperança está EM Cristo.
As Bençãos Espirituais estão EM Cristo.
A Consolação está EM Cristo.
A Paz está EM Cristo.
A Oração Eficaz está somente EM Cristo.
A Força e as Riquezas estão EM Cristo.
O Propósito Eterno está EM Cristo.
A Nova Criação está EM Cristo.
As Promessas estão EM Cristo.
O Escape da Condenação está EM Cristo.
O Um Corpo está EM Cristo.
A Perseverança está EM Cristo.
O Ser Um One está EM Cristo.
Os Limites do Sofrimento dos Cristão estão EM Cristo.
A Não Separação está EM Cristo.
O Homem Perfeito está EM Cristo.
O Auxílio Mútuo está está EM Cristo.
Há as Igrejas EM Cristo.
Há os Mortos EM Cristo.
Há o Novo Homem e o Homem Perfeito EM Cristo.
Estamos Completos EM Cristo.

O contexto desta fórmula varia de eternidade, através dos séculos, a eternidade.
Na eternidade passada fomos escolhidos e eleitos EM Cristo. Ef. 1:4; 1 Ped. 5:13.
Durante o tempo, pela Cruz, este fato celestial eterno é trabalhado em forma literal e experimental, expressado por diferentes termos, implicando verdades espirituais progressivas e específicas, mas sempre o mesmo princípio.
"Plantados juntamente na semelhança de Sua morte. Rom. 6:5.
"nos vivificou juntamente com Cristo." Ef. 2:5.
"nos ressuscitou juntamente com Cristo." Ef. 2:6.
"nos fez assentar … em Cristo." Ef. 2:6.
"de tornar a congregar todas as coisas em Cristo." Ef. 1:10
"Ajustados em Cristo. Ef. 2:21.
"Unidos" Col. 2:2.
"Edificados" em Cristo. Ef. 2:20.
"Vivamos juntamente com Ele." 1 Tes. 5:10.
"Cooperando com Ele." 2. Cor. 6:1.
"Combatendo juntamente." Fil. 1:27. 

Então vem o clímax, ao final deste tempo, quando tudo acima citado é concluído e somos “juntamente arrebatados”. 1 Tes. 4:17.
Finalmente a eternidade por vir salta à vista e vemos que seremos ‘glorificados juntamente’ com Ele. Rom. 8:17.
Então trazemos à mente a parelha de versos paulinos – que estritamente não são Paulinos, mas do Espírito Divino da verdade – a saber “em Adão” e em “Cristo”. De um lado – a nossa relação com Adão, a velha criação, por natureza - vemos um conjunto de condições, e por outro lado - por nossa inclusão em Cristo - vemos um novo e diferente conjunto.
"EM ADÃO"
"O Senhor Deus... soprou em suas narinas o fôlego de vida." Gen. 2:7.
"O primeiro Adão tornou-se alma vivente." 1 Cor. 15:45.
"No dia em que dela comerdes certamente morrerás." Gen. 2:17.
"Como em Adão todos morrem." 1 Cor. 15:22.
"A lei do pecado e da morte." Rom. 8:2.
"Ele também é carne." Gen. 6:3.
"A carne para nada aproveita." Jo. 6:63.
"EU" - Fracasso. Rom. 7.
"O velho homem que se corrompe." Ef. 4:22.
"A inclinação da carne." Rom. 8:6.
"Na carne... não há bem algum." Rom. 7:18.
Da carne... corrupção." Gal. 6:8.
"O que é carne é carne." Jo. 3:6.
"O fim... morte." Rom. 6:21. 

"EM CRISTO"
"Assoprou-lhes, e disse: Recebei o Espírito Santo." Jo. 20:22.
"O último Adão... espírito vivificante." 1 Cor. 15:45.
"Novidade de vida." Rom. 6:4.
"Em Cristo todos serão vivificados." 1 Cor. 15:22.
"A lei do Espírito da vida." Rom. 8:2.
"Espírito" - Vitória. Rom. 8.
"O novo homem... criado em verdadeira justiça e santidade." Ef. 4:24.
"O novo homem." Col. 3:10.
"Novidade de espírito." Rom. 7:6.
"À semelhança de Sua ressurreição." Rom. 6:5.
"Crucificaram a carne." Gal. 5:24.
"Nosso velho homem foi crucificado." Rom. 6:6. 

Tudo isto, que nada mais é do que citar a Escritura, irá servir para enfatizar a inclusividade e a exclusividade Divina, e irá ajudar, cremos, a reconhecer o grande fato de que NENHUM HOMEM PODE VIVER A VIDA CRISTÃ; HÁ SOMENTE UM QUE PODE VIVER ESTA VIDA, E ESTE HOMEM É O PRÓPRIO CRISTO. Precisamos ter tal inclusão experimental Nele para que Ele viva a Sua vida em nós como membros do Seu Corpo, de modo que “para mim o viver é Cristo” e “não mais EU, mas Cristo." Do mesmo modo que a barra de ferro do ferreiro está no fogo e também o fogo está nela, assim devemos primeiramente entender a nossa posição em Cristo através da Cruz para que Cristo possa se manifestar em nós.
CRISTO A SER EXPRESSADO ATRAVÉS DOS FIÉIS
É muito importante reconhecer uma verdade sobre a qual Cristo depositou muita ênfase, isto é, que num certo sentido, Ele nunca pretendeu se ausentar deste mundo novamente durante a era, após ter uma vez vindo a ele com o Seu legítimo direito de herança. Ele veio para redimi-lo, para garantir o direito judicial de soberania sobre ele, e para iniciar, continuar e completar a restauração dele para o Seu próprio domínio. Isto tudo é para ser realizado por meio de Sua própria presença nele em uma ou outra das formas de Sua manifestação. Embora Ele falasse muito sobre a sua partida, e de Seu retorno ao Pai, também deixou a Sua permanência muito clara nas seguintes palavras: "Eis que estou sempre convosco, até a consumação dos séculos”. Paulo, mais tarde, disse que o aspecto central ou a realidade do “mistério oculto durante os séculos ..." é "Cristo em vós, a esperança da glória."
A presença física de Cristo no mundo foi primeiramente para manifestar a natureza, o método, os meios, as leis, o propósito e o poder de Sua presença permanente após os dias de Sua carne; e, segundo, para tornar isto possível e real através da obra da Sua Cruz. Ele que nasceu de Deus mostra qual é a necessidade e a natureza do “nascer do Espírito” para que a vontade de Deus seja feita na terra e nos céus. Então, bem no início do Seu ministério, Ele coloca a Cruz na figura do batismo. A partir daquele momento tudo o que Ele disse e fez foi à luz e no poder da Cruz. O ensino de Cristo jamais pode ser efetivo, e as Suas obras jamais podem ser continuadas, a menos que a Cruz esteja na base. Tentar propagar “o ensino de Jesus” ou efetuar a Sua obra sem ter como base tudo aquilo que Ele quis significar por meio da Sua Cruz, é trabalhar em vão e sem a aceitação do Pai. Será necessário retornar a este assunto novamente mais tarde. Por ora, contudo, isto nos leva ao ponto onde vemos que, tendo a Sua presença física estabelecido a base e a natureza de Sua obra permanente, Jesus, por meio da Cruz, efetuou aquilo que tornou possível levar os homens para o mesmo plano ou para o mesmo campo, e, então, trocou a presença separada e individual para uma presença corporativa e universal. Assim “a igreja, que é o Seu corpo” foi trazida à existência como o instrumento da habitação de Sua encarnação no mundo. Este é o único tipo de “igreja” que Ele reconhece, formada por aqueles que foram “unidos no Senhor... um só espírito”. A natureza desta união fica também para uma consideração posterior. A palavra ou o termo “Corpo” não é mera metáfora. Os membros do Seu Corpo estão em relação a Cristo exatamente como nossos corpos físicos estão em relação a nós mesmos – o meio de manifestação, de expressão, e de transação. Esta verdade é muito penetrante, e vai à raiz de todas as questões sobre a vida e sobre o serviço. "Trabalhar para o Senhor”, "orar ao Senhor”, etc., será visto ter uma lei mais profunda que governa sua eficácia.
Não podemos assumir a obra para Cristo – planejar, esquematizar, maquinar ou entrar numa empreitada cristã – e assim controlar a aprovação e a benção Divina. Não podemos orar como nos dispomos, ainda que seja ao ponto das lágrimas, a fim de garantir a resposta Divina. Falhar em reconhecer isto é levar multidões de pessoas ao desespero devido a não aprovação de seus ardentes labores, e da não resposta às suas orações. Na revelação das leis de Sua própria vida eficaz o Mestre coloca tremenda ênfase no fato de que as palavras que Ele falou, e nas obras que Ele fez, não eram dEle mesmo, mas de Seu Pai, tanto falando as palavras como realizando as obras. Um estudo completo do evangelho de João irá nos convencer de que era desta forma. Disse Jesus: “O Filho nada pode fazer de Si mesmo, mas o que Ele tem visto o Pai fazer…” e este conhecimento das transações do Pai quanto ao que, ao como, e ao quando – tudo muito importante – era, como Ele deixou claro, porque Ele estava no Pai. Assim, para todo o futuro da Sua obra Ele orou para que os Seus discípulos pudessem permanecer nEle. Assim, a lei da eficácia e da vida frutífera, do serviço, da oração, etc., é que haja tal unidade de modo que façamos – mas façamos de verdade – aquilo que Ele está fazendo. Precisamos conhecer em nosso espírito exatamente o que Cristo está fazendo, como Ele está fazendo, quais os meios que Ele irá usar, e qual o Seu tempo para isto. Além de que, as nossas orações devem ser as orações do próprio Senhor feitas em nós, e através de nós, pelo Espírito Santo. Este é claramente o terreno no qual a Igreja no tempo apostólico vivia. Isto irá exigir uma considerável peneira em todos os empreendimentos em nome de Jesus, e irá exigir que nada seja feito até que a mente do Senhor seja conhecida. Porém isto irá garantir cem por cento de eficácia, e resultados que jamais irão perecer. Para os propósitos práticos de Deus nesta era Cristo é o Corpo que se liga a Cabeça, e o assunto de cada membro é entender mais e mais o pleno significado desta incorporação e unidade de identidade.
Expressamente nos é dito na Palavra que temos que “nos vestir do novo homem” e que este “novo homem” é Cristo. Esta não é senão uma outra maneira de expressar a verdade sobre “em Cristo”, mas também carrega consigo uma completa revelação de provisão prática.
Cristo é a nossa Redenção. Ele “foi feito para nós redenção” 1 Cor. 1:30; Rom. 3:24; Ef. 1:7; Col. 1:14.
Cristo é a nossa Justiça. 1 Cor. 1:30; Ef. 4:24; Fil. 3:9.
Cristo é a nossa Santificação. 1 Cor. 1:2,30.
Cristo é a nossa Fé. Mar. 11:22 ("Tenha a fé de Deus," literalmente); At. 26:18; Gal. 2:20 (R.V.); Ef. 1:15; Fil. 3:9; Col. 1:4.
Cristo é a nossa Paz. Jo. 14:27; Jô. 16:33; Ef. 2:14.
Esta linha de raciocínio pode ser seguida em inúmeras características, por exemplo, Amor, Esperança, Sabedoria, Poder, Autoridade, Glória. Sugerimos uma comparação de traduções nas referências, melhor de todas no original. O ponto é o seguinte, que em todas essas questões, sob dadas condições, o traje natural irá se romper e terá que ser colocado de lado, mas em Cristo nós temos uma nova vestimenta em todo aspecto. Por exemplo, a nossa fé não irá suportar a pressão das exigências de uma experiência profunda de prova e de adversidade, mas, se “vivermos pela fé do Filho de Deus”, a questão será muito diferente. Todos as provas irão revelar se estamos vivendo pela fé de Cristo, a qual deve se tornar a nossa fé, ou se há uma fraqueza em nossa união com Ele. O mesmo é verdadeiro em todos os aspectos. É bendito entendermos que “em Cristo” temos um legado completamente novo e inesgotável de virtude e graça. De modo que “nos despimos do velho homem… e nos vestimos do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef. 4:22-24).
ALGUMAS PREPOSIÇÕES SIGNITICATIVAS
Até aqui temos sido conduzidos em nosso tema por três preposições gregas, a saber: ek – de(procedência); en – em(dentro); and sun - junto.
Esses três fragmentos realmente resumem a verdade e a natureza da união corporativa com Cristo, e estabelecem as leis essenciais e os princípios vitais de toda vida e de todo serviço espiritual verdadeiro e eficaz. Alguma consideração a mais sobre isto será boa antes de prosseguirmos. Cristo teve grande zelo no sentido de repudiar qualquer sugestão e de remover qualquer coisa que caracterizasse que a sua missão como Filho do homem era algo originário dEle mesmo.
1. "EK"
(a) Quanto a Si próprio. Ele repetidamente afirmou: “Eu vim de Deu”. (João 7:29; 8:42; 17:8, etc.).
(b) Quanto ao seu apostolado (Heb. 3:1), Ele descreveu a si mesmo como o “enviado” de Deus (Gr. apostello) (João 3:17,34; 5:36; 6:29,57; 7:29; 8:42; 10:36; 11:42; 17:3, 8, 18, 21, 23, 25; 20:21).
(c) Quanto a sua visão: "O que Ele vê o Pai fazer... isso o Filho faz." (João 5:19).
(d) Quanto as suas obras: "As obras do meu Pai" (João 5:36; 9:3,4; 10:25,32,37; 14:10).
(e) Quanto as suas palavras: "Não falo de mim mesmo" (João 8:28,38; 12:49; 14:10; 17:8,14).
(f) Quanto ao seu reino: "Meu reino não é deste mundo" (João 18:36).
(g) Isto tudo pode ser reunido numa sentença em que uma preposição diferente é usada no grego, mas uma que carrega um pensamento similar: "Agora eles sabem que todas as coisas provem de Ti" (João 17:7.).
O principio mais importante que essas declarações estabelecem é que apenas aquilo que procede de Deus é reconhecido por Deus, cumpre o propósito de Deus, alcança o padrão de Deus, e retorna para Deus. Isto implica que existem outras fontes além de Deus. Em contraste com as declarações anteriores sobre as origens Divinas o Mestre colocou outras fontes tais como:
1. "Vós tendes por pai o Diabo” "Vós fazeis as obras do vosso pai”, etc. (João 8:44,41).
2. "Não de mim mesmo" (João 14:10). Isto foi dito, naturalmente, em sua capacidade de representar o homem como “tornado à semelhança da carne pecadora”, não como Filho de Deus do lado da Deidade. Sempre foi a tentativa do inimigo fazer com que Jesus agisse na carne, como um homem agiria, a fim de que pudesse obter terreno para derrotá-lo, mas Jesus se recusou a agir sob o princípio da carne. Isto é muito claro – e todas as Escrituras concordam em mostrar isto – que a carne é a fonte das coisas que não têm aceitação diante de Deus, mesmo que operem através de formas religiosas e esforços ‘cristãos’.
3. Ainda, constantemente é falado sobre o mundo como produzindo muito daquilo que Deus rejeita e relega ao julgamento. Veja as ocorrências de "de" (procedente do) em relação ao mundo em João 17, e veja mais nas cartas de João, com uma comparação com o ensino de Pedro e Paulo.
Assim somos levados a ver que um significado especial Divino é atribuído aquilo que é “de Deus”.
Agora, aquilo que é verdade sobre Cristo tem que ter uma contrapartida em todo aquele que é usado por Deus para o cumprimento de Seu propósito eterno.
Eles devem ser:
(a) Nascidos de Deus.
(b) Comissionados por Deus.
(c) Ter uma revelação espiritual e sabedoria de Deus.
(d) Falar as palavras de Deus.
(e) Fazer apenas as obras de Deus.
(f) Buscar primeiro o reino de Deus.
(g) Assegurar-se que “todas as coisas procedem de Deus”. (2 Cor. 5:18). 

Esta era a base apostólica. O Espírito Santo tinha vindo para que isto fosse tanto possível quanto real. Isto aponta, portanto, para a eficácia do testemunho e dos trabalhos deles. Eles sabiam o que significava ser batizado “em um só Espírito … em um só Corpo”, do qual Corpo Cristo é o Cabeça, de modo que realmente a Cabeça Soberana desempenhava a Sua obra através dos membros assim incorporados. Eles não tinham nenhuma ação independente, nenhum plano particular, nenhum esquema ou nenhum empreendimento que fosse produto de seus próprios pensamentos, arrazoamentos, idéias, ou entusiasmos, mesmo que fosse “para Cristo”, ou “para o Reino”, ou “em Seu nome”. Tudo tinha que vir pela revelação do Espírito proveniente da Cabeça.
Agora, a segunda preposição mostra como foi no caso de Cristo e deve ser também conosco.
2. "EM”
Para Cristo, ‘em’ representava uma posição espiritual na qual Ele estava.
Esta posição espiritual é sugerida em passagens tais como as que se seguem:
"O Filho … que está (não estava) no céu.” (João 3:13). "Eu estou no Pai" (João 14:10).
Deve, naturalmente, ser reconhecido que este relacionamento era obra do Espírito Santo. A partir do momento da iluminação do Espírito sobre Ele no Jordão, todos os movimentos foram no Espírito; até mesmo a Cruz foi assumida "através do Espírito Eterno." Ele estava em Deus, e do lado de sua humanidade isto era mantido pelo Espírito. Havia sugestões, tentações, oportunidades, possibilidades, métodos, meios, idéias, provocações, emoções, sentimentos, e todas as atividades do intelecto, da alma, do corpo, mas era Seu procedimento manter essas coisas no Espírito Divino e não aceitar agir baseado neles. Ele não iria se engajar a qualquer um deles ou a qualquer homem, salvo se tivesse o testemunho do Espírito de que tudo procedia de Deus. Assim Ele era salvo do remorso, da confusão, do desapontamento, da vergonha, do fracasso, e do caos, que sempre se segue ao levantar do “homem natural (almático, Gk.)" no mundo espiritual. Assim, tendo sido ungido pelo Espírito, Ele permaneceu em Deus e se recusou a ser tirado desta posição. Isto é tudo na questão de vida abundante e eficácia de serviço.
3. "JUNTO"
Não vamos tentar, neste breve tratado, lidar com cada detalhe do significado particular desta preposição. Ela se refere de modo especial ao caráter corporativo do Corpo de Cristo. Sua importância é imensa, mas este não é o lugar para embarcarmos num tema tão amplo. Apenas observe aqui que o seu uso enfatiza o fato de que, no pensamento de Deus, aqueles que são “nascidos do alto” não são simplesmente muitos indivíduos, mas estão associados uns aos outros como membros de um Corpo. Eles estão “ligados” uns aos outros e a Cristo como Cabeça do Corpo, e como tal foram considerados por Deus em cada fase da obra redentora de Cristo. As palavras de Salmo 139:15,16 expressam este mistério. O resultado prático desta verdade é tratado em mais detalhe em outra parte.
O grande território de “em Cristo” tem sido apresentado, porém, devemos enfatizar esta contrapartida essencial da vida de Cristo. Como o Pai é a Cabeça do Filho, assim o Filho é a Cabeça do Corpo; e do mesmo modo como Ele permanece no Pai, assim Ele declara que devemos permanecer nEle. Não podemos ser levados a agirmos baseados em nada que proceda da nossa vida natural até que tenhamos julgado que aquilo está no espírito. Isto se aplica especialmente a questões religiosas, pois é nesta área que podemos cometer os maiores erros. A resposta de nossas emoções naturais, dos nossos arrazoamentos, da nossa vontade, ao impacto de algumas sugestões pode conduzir a muito erro. O perigo de muita obra evangelística, de muito ensino espiritual e de muita propaganda missionária está em sua tendência em atiçar as emoções e de se ganhar prêmios espirituais, ao invés de trazer a nota imperativa de Cristo e dos apóstolos.
Muitas decisões têm sido tomadas baseadas nessas condições as quais têm se mostrado incapazes de suportar a inevitável tensão da prova, sendo algo menor do que uma obra real do Espírito Santo.
Talvez nunca existiu um tempo quando houvesse mais do chamado ‘serviço cristão’, quando houvesse tanta organização, tanto maquinário, tanta propaganda, tanto consumo de tempo e de energia e de meios na empreitada ‘cristã’, ou quando houvesse mais pessoas interessadas; porém é duvidoso – falando comparativamente – se já tenha havido tanta ineficácia espiritual. A raiz da questão é a seguinte, quanto de tudo isso procede diretamente de revelação e da iniciativa de Deus pelo Espírito Eterno? Quanto pode ser verdadeiramente dito que a coisa surgiu pela revelação do Espírito Santo, ou que ‘o Espírito Santo disse’, ou que "pareceu bem ao Espírito’? Por outro lado, quanto disso é produto de discussão humana, de concepção, de impulso, de entusiasmo, de imaginação, de filantropia, de interesse numa boa causa, etc.? A medida da identificação do instrumento com Cristo numa união corporativa é a medida da obra real de Deus realizada através dele. Pode haver muito que pareça sucesso e que dê uma sensação de realização real, porém, quando ‘o fogo’ faz o seu serviço, descobre-se que a realidade por detrás do aparente é muito pequena. Ao longo da corrida ‘a carne se mostra como NADA", embora possa parecer que alcança resultados. Não é o que é feito para Deus, mas o que é feito por Deus que irá permanecer. A nós cabe vermos que estamos completamente em Cristo, e vivendo pelo Espírito. Todo o resto será espontâneo. Não pode haver um permanecer até que tenha havido uma real identificação, e isto nos traz para onde podemos prosseguir a fim de mostrar como esta união é eficaz.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Texto: CRISTÃOS PODEM SER ENGANADOS? _ Jessie Penn-Lewis

CRISTÃOS PODEM SER ENGANADOS?

Como os cristãos podem ser enganados:

* Ele é enganado se diz que não tem pecado (1 João 1:8);
* Ele é enganado quando pensa que é "alguma coisa", quando, na verdade, é nada (Gálatas 6:3);
* Ele é enganado quando pensa ser sábio de acordo com a sabedoria deste mundo (1 Coríntios 3:18):
* Ele é enganado quando, aparentando ser religioso, sua língua descontrolada revela sua verdadeira condição (Tiago 1:26);
* Ele é enganado se pensa que vai semear sem colher o que semeia (Gálatas 6:7);
* Ele é enganado se pensa que os injustos herdarão o reino de Deus (1 Coríntios 6:9);
* Ele é enganado se pensa que o contato com o pecado não traz consequências sobre ele (1 Coríntios 15:33).

Enganado!
Quanto essa palavra produz repulsa e como cada ser humano involuntariamente se ressente de vê-la aplicada a si mesmo, não sabendo que a própria repulsa já é obra do enganador, com o propósito de manter os enganados longe do conhecimento da verdade e da consequente liberdade do engano!
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós.
(Extraído do livro de Jessie Penn-Lewis "Guerra contra os santos" Tomo 1 Versão Integral - Editora dos Clássicos)




http://www.editoradosclassicos.com.br/alimento-solido/24-guerra-contra-os-santos-tomo-i.html

Há uma guerra se desenvolvendo. Implacável. Sórdida. Dissimulada. Invisível. Mas muito real. De um lado, Satanás e seus exércitos enganadores. Do outro, os santos, o povo de Deus. Lastimavelmente, muitos deles nem mesmo sabem que essa guerra existe.
O que teria levado uma autora centrada na vida interior e na cruz de Cristo a tratar da guerra contra os santos? Como sábia observadora do mover de Deus, Jessie Penn-Lewis detectou a presença de enganos demoníacos entre cristãos que haviam sido abençoados pelo avivamento do País de Gales. Como pode haver atividade diabólica após uma poderosa obra de Deus? Como podem os cristãos serem tão facilmente enganados? Como podem os mais sedentos buscadores de Deus serem ludibriados pelos espíritos enganadores? Jessie responde neste livro.
O quadro atual entre os filhos de Deus não é muito diferente. A manifestação de espíritos enganadores nos dias de hoje, por meio de líderes e de crentes em geral, comprova que estamos nos últimos dias (1 Tm 4.1). Cuidado! A guerra contra os santos continua fazendo suas vítimas. Não seja você a próxima.
Jessie Penn-Lewis (1851-1927) recebeu a herança espiritual de Madame Guyon, cujas obras comentou e divulgou. Suas obras, muitíssimo divulgadas em língua inglesa, estão entre os livros cristãos mais profundos e mais recomendados para os filhos de Deus que almejam a vida cristã profunda.

Obs. deste blog:No link da Ed dos Clássicos baixe as primeiras págs deste livro.

Texto do livro: "A Vida de Deus na Alma do Homem" (Henry Scougal)


"A Vida de Deus na Alma do Homem" 

                                    (Henry Scougal)



Pela oração chegamos mais perto de Deus e ficamos abertos para as influências do céu. É quando o Sol da justiça nos visita com seus raios mais diretos, dissipando as nossas trevas e imprimindo a Sua imagem em nossas almas. [...]
Só lhes direi que há uma espécie de oração na qual fazemos uso da voz, o que necessário em público e às vezes tem suas vantagens em privado; e outra na qual, embora sem emitir nenhum som, concebemos, contudo, as expressões e formulamos as palavras, por assim dizer, em nossas mentes. Há ainda uma terceira espécie de oração, mais sublime, na qual a alma voa mais alto, e tendo reunido toda a sua energia mediante longa e séria meditação, lança-se qual flecha, se assim posso falar, em direção a Deus, com suspiros, gemidos e pensamentos tão elevados que não há como expressá-los. É como quando, após profunda contemplação das perfeições divinas que se manifestam em todas as Suas obras de extraordinário poder, a alma dirige-se a Deus na mais profunda adoração da Sua majestade e glória. Ou como quando, após tristes reflexões sobre a sua vileza e sobre os seus extravios, ela se prostra diante do Senhor na maior confusão, vergonha e tristeza, não ousando erguer seus olhos nem proferir uma palavra em Sua presença. Ou ainda como quando, tendo considerado bem a beleza da santidade e a inefável felicidade daqueles que são realmente bons ou justos (mediante Jesus Cristo é claro), a alma almeja Deus e envia ao céu aspirações e desejos tão vigorosos e ardentes que não há palavras que os expressem suficientemente, continuando e repetindo cada um destes atos enquanto se sentir sustentada [...]
Esta oração [...] pode ser descrita como o grande segredo da devoção e um dos mais poderosos instrumentos da vida divina. E bem pode ser que o apóstolo Paulo tenha tido um peculiar respeito por ela, a julgar pelo que ele diz em Romanos 8:26:
E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.
“O Espírito ajuda as nossas fraquezas”, e “intercede por nós com gemidos inexprimíveis”, ou, como o original permite: “que não podem ser verbalizados”. [...]
E…, a alma faz as suas mais vigorosas e arrebatadoras incursões ao céu e o invade com uma santa e aceitável energia. [...] E certamente, a negligência ou descuidada realização deste dever… (é) que fazem que continuemos com a estatura espiritual tão baixa.
Do livro de Henry Scougal (1739): “A Vida de Deus na Alma do Homem, PES, 2007 trad. Odayr Olivetti, pp. 126-129

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A VIDA DIVINA - EM QUE CONSISTE

         É tempo agora de voltar à consideração da vida divina da qual eu vinha falando antes, a "vida escondida com Cristo em Deus" (Colossenses 3:3) e que, portanto, não se manifesta em nenhuma exibição ou aparência no mundo, pelo que ao homem natural parece uma idéia medíocre e insípida. Na medida em que a vida animal consiste daquele amor limitado e estreito que tem seu fim no próprio homem e em sua propensão para as coisas que agradam à natureza, assim também a vida divina mostra-se num afeto universal e  ilimitado, e no domínio das nossas inclinações naturais, para que elas nunca possam iludir-nos e fazer-nos cair nas coisas que sabemos ser condenáveis.
          A raiz da vida divina é a fé. Os ramos principais são o amor a Deus, a caridade para com o próximo, a pureza e a humildade [...].
          O amor a Deus é um prazeroso e afetuoso senso das perfeições divinas que leva o verdadeiro cristão a resignar-se e a sacrificar-se totalmente para Ele, desejando acima de todas as coisas ser-Lhe agradável e deleitar-se em coisa alguma tanto como se deleita na amizade e na comunhão com Ele, e em estar pronto a sofrer por amor dEle ou conforme Lhe aprouver. Embora este afeto possa surgir primeiro dos favores e mercês de Deus para conosco, todavia, em seu crescimento e progresso transcende tais considerações particulares e se baseia em Sua infinita bondade, manifestada em todas as obras da criação e da providência.
          Uma alma dessa forma possuída pelo amor divino necessariamente há de alargar-se para com toda a humanidade, num afeto ilimitado e sincero, devido à relação que os seres humanos têm com Deus, sendo Suas criaturas, e tendo algo de Sua imagem estampado neles. E esta é a caridade que descrevi como o segundo ramo da religião e que abrange eminentemente todas as partes da justiça, todos os deveres que temos para com o nosso próximo, pois quem ama verdadeiramente o mundo todo, preocupa-se bem de perto com os interesses de cada indivíduo. E tal indivíduo tão longe está de ferir ou ofender qualquer pessoa, que repudiará qualquer mal que sobrevenha a outros como se acontecesse com ele próprio.
          Pela pureza entendo a devida moderação na atenção ao corpo e o domínio sobre os apetites inferiores, ou um tal equilíbrio e disposição da mente que leve o homem a desprezar e evitar todos os prazeres e deleites dos sentidos ou da imaginação que em si mesmos sejam pecaminosos ou que tendam a extinguir ou a diminuir o nosso gosto pelos prazeres mais divinos e intelectuais, o que inclui também a resoluta disposição para submeter-se a todas as durezas que acaso encontre em seu empenho por cumprir o seu dever, de modo que não se enquadram sob este título somente a castidade e a temperança, mas também a coragem e a magnanimidade.
          A humildade implica num profundo senso da nossa mediocridade, e em reconhecermos sincera e afetuosamente que devemos tudo o que somos à generosidade de Deus. A humildade cristã sempre vem acompanhada de uma profunda submissão à vontade de Deus e de uma verdadeira mortificação para a glória do mundo e para os aplausos dos homens.

(Extraído do livro de Henry Scougal "A Vida De Deus Na Alma Do Homem" - Editora PES).

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EXEMPLOS DE JESUS 


O AMOR DIVINO EXEMPLIFICADO EM NOSSO BENDITO SALVADOR

          A sincera e devota afeição com a qual a Sua bendita alma ardia constantemente em relação a Seu Pai celestial, expressava-se numa inteira abdicação da Suva vontade. Sua verdadeira comida era fazer a vontade e consumar a obra do Pai que O enviara.

SUA MANEIRA DILIGENTE DE EXECUTAR A VONTADE DE DEUS

          Esse foi o Seu exercício, desde a Sua meninice, e a constante ocupação de Sua idade mais madura. Ele não poupava nem viagem nem dolorosos labores, quando Lhe cumpria fazer a obra do Pai, mas de tal maneira tinha infinito contentamento e satisfação em realizá-la, que, por exemplo, quando se sentiu enfraquecido e cansado de sua viagem, descansou na fonte de Jacó e pediu água à mulher samaritana, o bom êxito da sua plastra com ela e o acesso que lhe foi aberto para o reino de Deus encheram Sua mente de tanto prazer que foi como se ressoasse em Seu corpo, renovando seu ânimo e fazendo com que Ele Se esquecesse da sede da qual se queixara e recusasse a comida que Ele tinha mandado Seus discípulos comprar. E Ele não foi menos paciente e submisso em sofrer a vontade de Deus do que diligente em fazê-la.
SUA PACIÊNCIA EM SUPORTAR AS AFLIÇÕES

          Ele suportou as mais agudas aflições e as mais extremas misérias que já foram infligidas a qualquer mortal, sem um pensamento queixoso nem uma palavra de descontentamento. Embora estivesse longe de possuir uma insensibilidade néscia ou uma obstinação estóica ou fantasiosa, Ele sentia vividamente dor como os outros homens, e teve intensa percepção do que estava para sofrer em sua alma quando "o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue" e Ele se sentiu "profundamente triste, até à morte" (Lucas 22: 44 e Marcos 14:34), como Ele declarou mais de uma vez. Não obstante, rendeu-se inteiramente àquela severa dispensação da Providência, à qual aquiesceu de boa vontade [...].
          Contudo, considerando a vontade de Deus e a gloória que redundaria para Ele dali em diante, Ele não somente se contentou em sofrê-lo, mas o desejou.

SUA DEVOÇÃO CONSTANTE

          Outro exemplo do Seu amor a Deus foi demonstrado por Seu prazer em conversar com Ele pela oração, o que O levou a retirar-Se frequentemente da presença das coisas do mundo e, com a maior devoção e satisfação, passar noites inteiras nesse exercício celestial, apesar de não ter pecados para confessar e de ter apenas uns poucos interesses seculares pelos quais orar. Infelizmente, tais coisas seculares são quase as únicas que nos incitam a fazer nossos atos de devoção! Quanto a Cristo, podemos dizer que toda a Sua vida foi uma espécie de oração, um constante curso de comunhão com Deus. Mesmo que nem sempre se oferecia sacrifício, o fogo do altar estava sempre aceso. E o nosso Senhor Jesus, sempre bendito, nunca foi surpreendido por aquela lentidão ou mornidão de espírito que muitas vezes temos que combater, antes de podermos estar aptos para o exercício da devoção.

SEU AMOR PARA COM OS HOMENS

          Em segundo lugar, devo falar do Seu amor e da Sua caridade para com todos os homens. Mas, quem quiser expressar Seu amor e Sua caridade terá que transcrever a história do evangelho e comentá-la, porquanto dificilmente se verá registrado que Ele tenha feito alguma coisa ou dito alguma palavra que não visasse o bem e o proveito deste ou daquele [...].
          Nunca era mal recebido quem quer que viesse a Ele com intenção honesta, nem tampouco Ele jamais negou atender a qualquer pedido que realmente visasse o bem dos que o faziam [...].
          Que outra prova mais poderíamos desejar do seu ardoroso e irrestrito amor do que o fato de que Ele deu voluntariamente Sua vida até por Seus cruéis inimigos, e, misturando Sua oração com Seu sangue, rogou ao Pai que eles não fossem responsabilizados por Sua morte, porém que ela se tornasse o meio pelo qual Ele obtivesse a vida eterna justamente para aquelas pessoas que a procuravam?

(Extraído do livro de Henry Scougal "A Vida De Deus Na Alma Do Homem" - Editora PES).

A VIDA NATURAL - O QUE É


          Antes de descer a uma consideração mais particular dessa vida divina em que a verdadeira religião consiste, talvez seja próprio falar um pouco sobre a vida natural ou animal que prevalece nos que são alheios à outra (vida divina). E por esta vida natural não entendo outra coisa senão a nossa propensão ou inclinação para as coisas agradáveis e aceitáveis à natureza, ou o amor-próprio brotando e se espalhando em tantos ramos quantos os mais diversos apetites e inclinações dos homens. Reconheço que a raiz e base da vida animal está no sentir, e falo disso em termos gerais, como oposto à fé. E este sentir implica a nossa percepção e sensação das coisas que nos são agradáveis ou penosas.
          Ora, estes afetos ou sentimentos animais, considerados em si mesmos, como implantados em nós por natureza, não são maus ou culpáveis. São na verdade exemplos da sabedoria do Criador, que supriu as Suas criaturas de apetites tendentes à preservação e à felicidade das suas vidas [...]. O objetivo não é que os nossos afetos naturais sejam totalmente extirpados e destruídos, mas tão-somente que sejam moderados e governados por um princípio superior e mais excelente. Numa palavra, a diferença entre um homem religioso e um ímpio é que no primeiro a vida divina mantém o domínio, no segundo, a vida animal prevalece.

http://coherdeirosdedeus.blogspot.com.br/2011/05/exemplos-de-jesus-01.html



Texto: Biografia de GEORGE WHITEFIELD

“OBRAS! OBRAS! O HOMEM ALCANÇAR O CÉU POR OBRAS! EU PENSARIA ANTES EM ALCANÇAR A LUA SUBINDO EM UMA CORDA DE AREIA!” 
                                                                                   GEORGE WHITEFIELD 

                     Um pára-raios do Grande Despertamento


Adaptado de uma biografia por Dr. Rimas J. Orentas - Fonte: Revista Impacto



George Whitefield viveu de 1714 a 1770. Na sua vida adulta, era tão conhecido quanto qualquer outra figura pública nos países de língua inglesa. Com apenas 22 anos, era um dos mais destacados proponentes do movimento religioso que sacudiu aqueles países, que seria conhecido como o Grande Despertamento. Talvez se possa dizer que só a Reforma Protestante e a Era Apostólica tenham ultrapassado o fervor espiritual que Deus derramou neste período.

George Whitefield pregou na Inglaterra, na Escócia, no País de Gales, em Gibraltar, em Bermudas, e nas colônias norte-americanas. Sua vida serviu de inspiração e tocha para vários outros pregadores contemporâneos e posteriores. Eram homens de fervor que procuravam entregar suas vidas 100% a Cristo Jesus.
A seguir, alguns fatos a respeito da sua juventude, conversão e preparação para o ministério.
George era o sétimo e último filho de Thomas e Elizabeth Whitefield. O pai era proprietário da Bell Inn, um hotel em Gloucester, na Inglaterra. Era o maior e mais fino estabelecimento da cidade e tinha dois auditórios, um dos quais era usado para exibição de peças teatrais.
Quando tinha apenas dois anos de idade, o pai de George faleceu. Depois de alguns anos, sua mãe casou-se novamente, porém foi uma união malograda que terminou em divórcio e fracasso financeiro.
Desde pequeno, George se destacou como talentoso orador e ator nas peças teatrais da escola. Sua mãe, vendo seu potencial, fez questão que ele estudasse, embora outros de seus irmãos tivessem que trabalhar para sustentar a família. Da mãe, George herdou a forte ambição de ser “alguém no mundo”. De alguma forma, ela sempre esperava mais dele do que de seus outros filhos. Outra influência forte na juventude era sua paixão pelo teatro. Como garoto, lia incessantemente peças teatrais e faltava da escola para ensaiar suas apresentações. Esta necessidade e dom de se expressar dramaticamente continuariam durante todo o resto da sua vida.
Aos quinze anos de idade, George foi obrigado a deixar seus estudos para trabalhar pelo sustento da família. Durante o dia trabalhava e à noite lia a Bíblia. Seu sonho era de estudar em Oxford. Porém, não havia condições financeiras para isto. Finalmente, sua mãe descobriu uma saída. Ele poderia ir como “servidor”, que era uma espécie de empregado para três ou quatro estudantes de classe alta. Assim, aos 17 anos, com muita expectativa, ingressou na Universidade.
A Busca Intensa Por Deus
Suas responsabilidades como servidor incluíam lavar as roupas, engraxar os sapatos e fazer as tarefas dos estudantes a quem servia. Os servidores viviam com o dinheiro e as roupas usadas que aqueles quisessem lhes dar. Tinham de usar uma túnica especial e era proibido que os estudantes de nível mais elevado lhes dirigissem a palavra. A maioria acabava abandonando os estudos para não terem que sofrer tamanha humilhação. George era extremamente intenso e dedicado e, achando que tinha de ganhar a aprovação de Deus, visitava prisioneiros e pobres, além de todas suas outras obrigações. Seus colegas, por um tempo, tentaram atraí-lo à vida social e às festas, mas logo viram que não adiantaria e deixaram-no em paz Alguns começaram a chamá-lo de “metodista”, que era o nome pejorativo que davam aos membros do Clube Santo, embora ele ainda não tivesse tido nenhum contato com aquele grupo. Como servidor, não lhe era permitido tomar a iniciativa de procurá-los.
O Clube Santo era um pequeno grupo de estudantes dirigido por um professor em Oxford, chamado John Wesley. Aos outros estudantes, a vida disciplinada exigida pelo Clube parecia tolice e o nome “metodista” dava a idéia de uma vida regida por métodos mecânicos, desprovidos de racionalidade, como se as pessoas fossem meros robôs.
Foi Charles Wesley que ouviu falar desse aluno dedicado e piedoso e, rompendo as barreiras sociais, procurou Whitefield e o convidou para um café da manhã. Com isso, iniciou-se uma amizade que duraria para o resto das suas vidas.
Os membros do Clube Santo levantavam-se cedo, tinham prolongados tempos de devoções a sós com Deus, praticavam autodisciplina e tentavam garantir que nenhum momento do dia fosse desperdiçado. À noite, guardavam um diário para fazer uma avaliação da sua vida e arrancar qualquer pecado que estivesse brotando ou se manifestando. Celebravam a Eucaristia aos domingos, jejuavam toda quarta e sexta-feira e usavam o sábado como dia de preparação para a festa do Senhor no domingo.
O Clube Santo também era profundamente comprometido com a Igreja Anglicana e conhecia sua história e suas normas melhor que ninguém. Visitavam prisões e bairros pobres, e contribuíam a um fundo de auxílio para os presidiários e especialmente para os seus filhos. Os membros também se esforçavam muito no pastoreamento de estudantes mais jovens, ensinando-os a evitar más companhias e encorajando-os a serem sóbrios e estudiosos, até mesmo auxiliando-os quando tinham dificuldades nos estudos. Tudo isto era ótimo, mas havia um problema fundamental: era uma salvação baseada em obras. Por mais que fizessem, experimentavam pouquíssima alegria, pois a natureza da sua salvação ainda era um mistério insondável e Deus estava distante. Nenhum dos líderes havia ainda experimentado a verdadeira graça de Deus no evangelho de Jesus Cristo.
O Desespero Fica Maior
Whitefield ficou mais e mais consciente do seu anseio interior por conhecer Deus de forma íntima e verdadeira, mas não sabia aonde recorrer. Ele lia com voracidade e finalmente achou um livro antigo, escrito por um escocês desconhecido, o Rev. Henry Scougal, intitulado A Vida de Deus na Alma do Homem. Neste livro, ele descobriu que todas suas boas ações, que pensava estarem conquistando-lhe o favor de Deus, não tinham valor algum. O que precisava realmente era Cristo ser formado “dentro” dele, ou seja, nascer de novo.
Scougal ensinou que a essência do cristianismo não é a execução de obrigações exteriores, nem uma emoção ou sentimento que se pode ter. A verdadeira religião é a união da alma com Deus, a participação na natureza divina, viver de acordo com a imagem de Deus desenhada sobre nossa alma – ou na terminologia do apóstolo, ter “Cristo formado em nós”. Whitefield aprendeu destes ensinos a maravilha que é Deus querer habitar no nosso coração e realizar sua obra através de nós, e quão profunda e admirável é a graça que torna possível a vida de Deus habitar na alma do homem.
Este livro maravilhoso, porém, acabou deixando Whitefield quase enlouquecido. Ele não sabia como nascer de novo, mas começou a buscar esta experiência com todas suas forças. Deixou de comer certos alimentos e dava o dinheiro que economizou com isto aos pobres; usava só roupas remendadas e sapatos sujos; passava a noite inteira em fervorosa e suada oração; e não falava com ninguém. Para negar a si mesmo, abandonou a única coisa de que realmente gostava, que era o Clube Santo. Começou a ir mal nos estudos e foi ameaçado com expulsão. Seus colegas o acharam completamente “pirado”. Orava ao ar livre, no relento, mesmo nas madrugadas mais gélidas, até que uma de suas mãos ficou preta. Finalmente, ficou tão doente, enfraquecido e magro que não conseguia nem subir a escada para sair do quarto. Tiveram de chamar um médico que o confinou à cama por sete semanas.
Uma Simples Oração
De forma surpreendente, foi neste tempo de descanso e recuperação que sua vida finalmente foi transformada. Ele ainda mantinha um tempo devocional com Deus, de acordo com suas forças. Mas agora começou a orar de forma mais simples, deixando de lado todas suas idéias e esforços e tentando realmente escutar a voz de Deus.
Certo dia, ele se jogou sobre a cama e clamou: “Tenho sede!” Foi a primeira vez que havia clamado a Deus em total incapacidade e insuficiência. E foi a primeira vez em mais de um ano que sentira alegria.
Neste momento de total entrega ao Deus Todo-poderoso, um pensamento novo penetrou seu coração. “George, você já tem o que pediu! Você cessou suas pelejas e simplesmente creu e agora nasceu de novo!”
Foi tão simples, tão absurdamente simples, ser salvo por uma oração tão singela, que Whitefield começou a rir. E assim que riu, as comportas dos céus se romperam e sua vida foi inundada por “gozo indizível, cheio e transbordando de grande glória”.
Sua aparência exterior ainda era de um universitário doentio e fraco, porém a carreira do maior evangelista do século XVIII tinha acabado de nascer. Ele ainda levou nove meses para recuperar fisicamente, mas no seu coração havia só um desejo: compartilhar as Boas Novas que Jesus Cristo viera para os pecadores e que o pecador só precisava arrepender-se, aceitar a morte expiatória de Jesus e lançar-se espiritualmente nas mãos de Deus.
Em sua casa em Gloucester, Whitefield manteve sua vida disciplinada do Clube Santo, mas tudo agora tinha um novo significado. Não era mais para alcançar o favor de Deus ou tornar-se justo, mas para focalizá-lo em servir a Deus. Diariamente, meditava numa passagem bíblica que lia em inglês, depois em grego, e finalmente no famoso comentário de Matthew Henry. Orava sobre cada linha que lia, até que entendesse e recebesse o seu significado, e sentisse que já fazia parte da sua vida. Logo fundou uma pequena sociedade que se reunia todas as noites.
O Leão Começa a Rugir
Não demorou muito e já estava tendo oportunidades de pregar. Inicialmente, tinha receio de ser ordenado muito jovem e de se envaidecer. Mas colocou diante de Deus um sinal: se, por um milagre, houvesse provisão para voltar a Oxford e se formar, ele aceitaria a ordenação. E, pouco a pouco, foi isto que aconteceu. Ao mesmo tempo, soube que os irmãos Wesley tinham ido à América como missionários e que precisavam de alguém para dirigir o Clube Santo. Desta forma, voltou a Oxford, completou seu curso e foi ordenado.
Inicialmente, tentou ficar quieto no seu lugar. Seu objetivo era alcançar outros estudantes, na base de um a um. Mas havia um problema. Desde o momento que abriu sua boca, todos queriam ouvir mais. Depois de quatro semanas pregando mensagens em Gloucester, Bristol e Bath, um pequeno avivamento se iniciara. As igrejas estavam lotadas e as ruas estavam cheias de gente tentando entrar. Whitefield tinha apenas 22 anos.
Apesar da sua formação acadêmica, Whitefield utilizou muito mais seus talentos dramáticos para comunicar as verdades espirituais do que conhecimentos intelectuais. Concentrou no aperfeiçoamento do que hoje chamaríamos de linguagem corporal. A paixão seria sua chave na pregação das verdades espirituais que muitos já tinham ouvido, porém sem vida.
Sem muita prática em homilética, sua sensibilidade dramática logo o colocou numa classe à parte. Lágrimas, fortes emoções, agitado movimento corporal – mas acima de tudo, uma experiência intensamente pessoal do Novo Nascimento – eram características da sua pregação e das reações dos seus ouvintes. Sua prodigiosa memória o capacitava a transformar o púlpito num teatro sagrado que representava os santos e pecadores da Bíblia diante dos seus ouvintes fascinados.
Entre os que ficavam encantados diante das pregações, estava um grande ator inglês, David Garrick, que exclamou: “Eu daria cem guineas (moeda inglesa da época – equivalente a mais de uma libra moderna) se eu pudesse dizer Oh como o Sr. Whitefield!”
Com suas mensagens vivas, dramáticas e cheias de alegria espiritual, o país da Inglaterra começou a ser abalado. As verdades eram simples, diretas e baseadas nas doutrinas básicas do novo nascimento e da justificação pela fé. Mas para as pessoas que nunca antes ouviram tais coisas com clareza, eram como descargas de raios no coração. Ele não estava declarando sua própria mensagem, mas a mensagem de Deus: “É necessário nascer de novo”.
Logo houve resistência, principalmente por parte dos clérigos que se perturbavam com a oração de Whitefield para que eles também nascessem de novo. Pessoas das camadas mais elevadas da sociedade também não gostavam de ouvir que eram pecadores e precisavam se arrepender.
Uma Forma Revolucionária de Pregar
Em 1739, com 24 anos de idade, Whitefield começou a pregar ao ar livre. Várias igrejas haviam fechado as portas para suas pregações e ele não queria depender mais da disponibilidade de igrejas ou auditórios. Partiu para Kingswood, perto de Bristol, onde havia milhares de mineiros de carvão, que viviam em condições deploráveis. Homens, mulheres e crianças trabalhavam longas horas embaixo da terra, no meio de morte e doença. Para Whitefield, eram como ovelhas sem pastor.
Em fevereiro, o frio era intenso, mas ao passar pelos barracos e favelas, Whitefield encontrou 200 pessoas dispostas a ir ouvi-lo. Ele pregou dramaticamente sobre o amor de Jesus por eles e como sofreu a cruel morte da crucificação, só para salvá-los dos seus pecados. Enquanto pregava, começou a notar faixas brancas nas faces enegrecidas de alguns mineiros. Logo, todos os rostos escuros estavam manchados com as valetas brancas das lágrimas que corriam enquanto o evangelho de Jesus convencia a todos, um por um.
Três dias depois, Whitefield foi proibido de pregar em Bristol novamente pelo conselho da diocese. Porém, no dia seguinte ele pregou na própria mina, onde desta vez havia 2000 pessoas para ouvi-lo. No domingo seguinte, havia 10.000 e muito mais pessoas da cidade do que das minas. E no dia 25 de março de 1739, a multidão foi estimada em 23.000. Com este método heterodoxo e controvertido de pregação ao ar livre, parecia não haver limites para o crescimento do Grande Despertamento.
Estima-se que Whitefield tenha pregado para mais de dois milhões de pessoas, só naquele verão. Sua ousada pregação nos campos abalara de vez o fraco e tímido cristianismo da sua época. Quando chegou em Filadélfia, em agosto daquele ano, os jornais noticiaram que George Whitefield havia pregado a mais pessoas do que qualquer outra pessoa viva, e provavelmente do que qualquer outra pessoa na história, até então.
Melhor Esgotar-se do que Enferrujar
Whitefield cruzou sete vezes o oceano Atlântico entre a Inglaterra e a América. Faleceu em 1770, com apenas 55 anos de idade. Em 34 anos de ministério, pregou mais de 18.000 sermões, ou uma média de mais de 10 por semana. No seu último ano de vida, apesar da saúde prejudicada pela extrema intensidade da sua vida, recusou-se a parar, dizendo que preferiria se “esgotar a enferrujar”.
Antes de pregar sua última mensagem, sentindo-se muito mal, Whitefield orou: “Senhor, se ainda não completei minha carreira, deixa-me ir falar por ti mais uma vez no campo, selar tua verdade e voltar para casa e morrer!”
Sua oração foi respondida. Seu último discurso foi no meio da tarde, num campo, em cima de um barril. Seu texto foi: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé” (2 Co 13.5). O tema foi o novo nascimento.
No começo falava com muita dificuldade, sua voz rouca, sua dicção pesada. Frase após frase saía sem muito nexo, sem atenção a objetivo ou oratória. Mas, de repente, sua mente se acendeu e sua voz de leão bradou mais uma vez, alcançando as extremidades da sua audiência.
Falando da ineficácia de obras para merecer a salvação, Whitefield trovejou: “Obras! Obras! O homem alcançar o céu por obras! Eu pensaria antes em alcançar a lua subindo numa corda de areia!”
Esta foi a exortação final do grande pregador. A luz que brilhou na sua alma queimou com ardor até o fim da sua vida.
Talvez Deus não lhe tenha dado uma voz de leão, nem o talento dramático da comunicação em massa. Mas não há limites para o que Deus pode fazer através de uma vida, por jovem que seja, quando o genuíno fogo do céu se acende nela.

Site Rei Eterno (http://reieterno.sites.uol.com.br) 

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