Madame Guyon escreveu um poema chamado A litle bird I am (sou um passarinho), enquanto estava presa na masmorra da Bastilha. O poema expressa seu contentamento com a vida, independentemente da situação enfrentada. Nele, lemos:
Sou um passarinho,
encarcerado e longe dos campos.
E em minha gaiola me sento e canto
para aquele que aqui me colocou.
Satisfeita em ser prisioneira
porque isso agrada ao meu Deus!
Como não tenho mais nada a fazer,
canto o dia inteiro.
E ele, a quem mais amo agradar,
ouve minha canção.
Ele tomou e atou minhas asas esvoaçantes,
e ainda se curva para me ouvir cantar.
Tens ouvido para ouvir,
e um coração para amar e abençoar.
E, embora minhas notas fôssem sempre tão rudes,
não lhes darias menos atenção.
Porque, enquanto elas são proferidas, tu o sabes
que é o mais doce e tenro amor que o inspira.
Minha gaiola se confina,
e não posso voar para fora.
Mas, ainda que minhas asas estejam fortemente atadas,
meu coração está livre.
Os muros de minha prisão não podem
controlar o vôo, a liberdade da alma.
Oh, é bom pairar
acima dessas trancas e grades,
em direção a ele, cujo propósito adoro,
cuja providencia amo,
e em tua poderosa vontade encontrar
a alegria e a liberdade da mente.
Apesar de seus constantes sofrimentos e anos na prisão e de poucas vezes ter podido orar con os que compartilhavam sua doutrina e seu compromisso, Madame Guyon, ou Jeanne Marie Bouvieres de La Mothe, tornou-se uma das maiores líderes cristãs de todos os tempos.
A história de sua vida, seus hinos e seus livros influenciaram milhares de pessoas ao longo de três séculos.
O texto acima foi extraído do livro Heróis da Vida Cristã-a inspiradora trajetória de grandes nomes do cristianismo-Wesley Duewel-tradução James Monteiro dos Reis-Editora Vida-2004.